Novidades

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar - Crítica

Por Anathalia Maia


Depois de uma pausa de seis anos, Piratas do Caribe atraca nos cinemas trazendo de volta uma obra que já se firmou como um dos maiores sucessos da Disney. O novo capítulo da série, A Vingança de Salazar, trata-se de um filme leve e mais simples que os anteriores, com menos apelo dramático, mas também evidenciando o cansaço da franquia e de seu personagem mais importante, o infame capitão Jack Sparrow.

Com a direção de Espen Sandeberg e Joachim Rønning, o filme é repleto de cenas de ação agitadas e incansáveis, já tradicionais da saga, e também um humor fraco com piadas que parecem muitas vezes fora de tempo; ao invés de divertir, causam certo constrangimento. O longa é menos dramático e muito mais familiar, suas cenas de ação são contidas em relação à violência. A trama gira em torno da busca por uma relíquia, o poderoso Tridente de Poseidon, e tem como o vilão da vez Salazar (Javier Bardem), um oficial espanhol amaldiçoado junto com sua tripulação, que busca vingança contra Jack Sparrow. Ainda apresenta um novo casal de protagonistas: Henry Turner (Brenton Thwaites) e Carina Smyth (Kaya Scodelario); e traz também o retorno de personagens já conhecidos da franquia como o Capitão Barbossa (Geoffrey Rush) e Will Turner (Orlando Bloom).

Não há muitas surpresas em relação ao roteiro - o longa dá uma sensação de repetição ao fazer algumas referências, seja em cenas ou na semelhança das tramas, principalmente dos primeiros filmes da série: o próprio casal principal lembra muito os personagens de Orlando Bloom e Keira Knightley quando protagonizaram o início da história. Esse é um problema: tentar repetir algo que já foi feito, assim como seu sucesso, sem acrescentar algo novo.


Um ponto forte presente é o apuro visual da produção, seja nos efeitos (destaque para a imagem do vilão Salazar e sua tripulação), assim como na fotografia, principalmente durante as cenas no mar e nas batalhas entre os navios. No entanto, a exaustão do astro principal, Johnny Depp, é evidente. O ator parece cada vez mais enfadado do personagem, atuando no automático, e os trejeitos e detalhes que o tornaram famoso se mostram exagerados e batidos. O casal protagonista não empolga como par romântico e nem convence como um, embora apresente potencial para se desenvolver em possíveis sequências, principalmente a personagem de Kaya Scodelario.

Não se sabe se haverá uma continuação ou se esse será o filme que encerrará a franquia. Está longe de ser o melhor, mas também de ser o seu pior. Em meio à incerteza do futuro que terá, Piratas do Caribe entrega um filme simplista e sem grandes surpresas, mas honesto com o que se propõe.  

Nenhum comentário