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Fairy Tail lança última temporada após dois anos de espera

Por Manuela Torres

Pôster oficial da nova temporada de Fairy Tail.
A saga do ilustrador Hiro Mashima, lançada inicialmente no Japão em agosto de 2006, já vendeu milhões de cópias e uniu muitos fãs ao redor do mundo através das aventuras dos protagonistas Lucy e Natsu e de outras personagens incríveis. A animação veio depois do mangá, apenas em 2009 e desde então se manteve entre os vinte animes de maior audiência no Japão, completando sete temporadas até o momento. Porém, desde 2014, quando se encerrou o vigésimo arco da série, os fãs aguardam ansiosos a continuação do desfecho dramático deixado pelo magaká. 

Para contextualizar... 

A história inicia com Lucy Heartfilia, uma garota de 17 anos que saiu de casa e está iniciando sua prática com a magia. Ela então precisa encontrar uma “guilda”, uma casa onde vivem vários magos e os cidadãos normais os procuram para lhes oferecer serviços em troca de dinheiro. Resumindo: um emprego. É quando Lucy conhece Natsu Dragneel, um esquentadinho de coração enorme, membro da Fairy Tail, na época a maior guilda de Magnólia, a cidade onde se passa a história. Após o surgimento de uma amizade entre os dois, Lucy entra para a Fairy Tail onde conhece outras personagens que ganham protagonismo na série, tais como Erza Scarlet e Gray Fullbuster. 

Após sete temporadas intensas, o último episódio oficial (visto que o especial “Fairy Tail Zero” lançou em 2016 logo depois) trouxe susto ao coração dos fãs, pois foi deixado explícito um “fim da Fairy Tail”, no qual cada personagem passaria a trilhar o seu próprio caminho. Essa situação foi autorizada inclusive pelo mestre da guilda quando este, nos escombros da última batalha disse: “abram as asas e voem moleques”. Assim, há dois anos existe uma ansiedade generalizada para saber o que acontecerá de fato com a guilda, angústia essa que finalmente chegou ao seu fim com a estreia da oitava e última temporada da saga, que foi ao ar dia 7 de outubro no Japão. 

Gêneros e Premiações 

Com o desenvolvimento das personagens, de suas personalidades, objetivos e dramas pessoais, tal como com o aperfeiçoamento dos arcos, marcados especialmente por muita aventura e cenas de ação, Fairy Tail vai se tornando cada vez mais emocionante e viciante. 

Em gênero, o anime tem sua classificação como “shōnen”, que em japonês significa “para meninos”. Porém, esse rótulo é bastante discutível, visto que entre os admiradores da saga a audiência feminina é semelhante à masculina. Isso também ocorre em outros clássicos como Naruto e One Piece, mas, o que reforça em especial a classificação de Fairy Tail nesse gênero é justamente o tema de ação presente em todo o mangá e na animação, com pouquíssimos espaços para outras variáveis, como romances entre os personagens, por exemplo. 

O casal Natsu e Lucy é uma pedida dos fãs desde que o mangá começou a fazer sucesso e a esperança é agora depositada na oitava e última temporada da saga. O segundo trailer oficial, divulgado no dia 6 de outubro tem, - para alguns internautas - uma insinuação de que esse ship finalmente dará certo. 

A questão é tão séria que apenas no episódio 154, na sexta temporada, a produção da série permitiu alguns segundos de uma cena verdadeiramente romântica, a partir de um sentimento existente entre Erza e o mago Jellal. Mas, mesmo essa breve ocorrência acabou por frustrar os fãs e o anime segue sendo exclusivamente focado na ação e no ideal de amizade, deixando demais variáveis apenas subentendidas. 

Outras particularidades que reforçam o gênero do anime e que contribuem para muitas críticas de internautas é o formato apelativo do corpo das personagens, sobretudo as femininas. São diversas cenas com closes em decotes e partes extremamente sensualizadas. No Japão esse recurso é um gênero, conhecido como “ecchi”, mas, em Fairy Tail, funciona apenas como um subgênero, visto que o anime possui um enredo bem elaborado e o foco que atrai de fato a atenção dos espectadores é a história, que por sua vez, não insinua nada sexual e possui o humor presente do início até o momento, inclusive nos episódios mais sombrios. 

Na verdade, essa estratégia de enredo tem dado muito certo, pois a franquia já foi premiada nos Estados Unidos (2009), como melhor mangá de comédia; na França (2009), como melhor shōnen; e no Japão acabou por acarretar numerosas premiações, tendo o próprio mangaká, Hiro Mashima, esse ano (2018), recebido o prêmio Fauve Special Award de melhor ilustrador pela 45º Angoulême International Comics Festival. Além disso, estima-se que até início de 2017, o mangá tenha vendido mais de 60 milhões de cópias. 

Franquia 

Da esquerda para a direita: cosplay das personagens Natsu, Lucy e Gray.
Fairy Tail também alcançou o mundo dos games e atualmente, em caráter de franquia, já conta com produções bem elaboradas da Sony, Nintendo, Microsoft e demais empresas, além de inúmeras produções independentes. Além disso, a saga também é alvo do mercado cosplay, estando sempre presente nas grandes convenções mundiais, tais como Anime Expo (Los Angeles), Japan Expo (Japão), World Cosplay Summit (WCS), Comic-con International, Comic con Experience Brasil e tantas outras. 

Além dos 265 episódios oficiais já lançados, do especial Fairy Tail Zero e dos capítulos que estão atualmente em lançamento, a franquia também possui duas adaptações para o cinema, intituladas respectivamente, “A Sacerdotisa da Fênix” (2012) e “Drangon Cry” (2017). Para além, também possui nove OVAS, que são episódios lançados diretamente no mercado de vídeo, sem exibição prévia em televisão ou cinema. 

Por que assistir Fairy tail? 

Hiro Mashima ilustrando em convenção no Japão.
Existe algo por trás de tanto sucesso? 

Certamente não foi apenas o gráfico excelente obtido pelas produtoras A-1 Pictures, Dentsu Entertainment e Satelight, ou uma boa divulgação que fizeram de Fairy Tail uma saga tão bem recebida pelo público. Há algo muito envolvente nisso tudo também. 

Muitos personagens possuem características inspiradas em peculiaridades de pessoas do cotidiano do autor. Os enjoos de Natsu em transportes são um exemplo disso. Hiro Mashima ao receber o prêmio esse ano, confessou tê-lo feito assim por ter tido um amigo que passava mal sempre que pegava um táxi, apesar de a personagem em si não ter sido inspirada em uma pessoa. E isso aconteceu com diversas outras personagens, as inspirações vinham de peculiaridades, de sentimentos e até mesmo de estações do ano. “Natsu”, em japonês, significa “verão” e os cabelos rosa tem ligação com as flores de sakura (flores das árvores de cerejeira) que florescem no calor logo após o rigoroso inverno. 

Hiro Mashima também é autor de outra obra chamada Rave Master, da qual também possui muito orgulho como criador, mas confessa acha-la, de certa forma, muito “pesada”. Quando pensou em Fairy Tail, queria que fosse leve, que transpassasse algo muito bom para as pessoas, que tivesse coisas que ele gostava quando era jovem, tais como magia, luta e um estilo feudal, mas que também tivesse, acima de tudo, muito humor. Talvez seja por isso que não há cenas nítidas de sangue mesmo nas lutas mais severas da série, tal como não há mortes e, apesar do enredo repleto de dramas e entraves, o anime nunca abandona as cenas de descontração. 

Logo, foi assim que nasceu Fairy Tail, dessa necessidade de humanização, de sentimentos reais, de particularidades reais e de uma diversão real, dentro de muita, muita fantasia. É essa distinção que faz este anime ter seu título na lista dos mais aclamados de todos os tempos no Japão e no mundo. 

Onde assistir: No Brasil, o mangá de Fairy Tail é publicado pela JBC e a oitava temporada do anime está disponível com legendas em português pela Cruncryroll.

Confira o trailer:

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