Novidades

Teoria da Pixar (atualizada) e as novidades do estúdio


Confira a teoria criada pelo jornalista Jon Negroni, a qual revela que todos os filmes produzidos pela Pixar estão interligados em uma só história, e as últimas notícias sobre o estúdio


POR BÁRBARA ROSSATO


A Pixar anunciou duas novidades que lançará na plataforma de stream Disney+. A primeira delas é a série “Pixar Sparkshorts”, que consistirá em seis curtas diferentes que estarão disponíveis no lançamento da plataforma. Desses curtas, três produções já estão disponíveis no Youtube e dois ficarão disponíveis depois do lançamento, “Wind” e “Loop”, que chegarão à plataforma em 13 de dezembro e 10 de janeiro, respectivamente. A outra notícia é a série “Pixar in Real Life”, na qual algumas pessoas de Nova York serão surpreendidas com cenas dos filmes da Pixar ao ar-livre, cada filme será um episódio.



A Teoria da Pixar

“Dizem que o destino é costurado como um tecido, onde a sina de um se interliga com a de muitos outros” - Valente.

Criada em 2013, a Teoria da Pixar é amplamente aceita pelos fãs até hoje. Essa teoria defende que cada animação produzida pelo estúdio de animação está contando uma parte de uma só história, mas não necessariamente em uma ordem cronológica certa. Por exemplo, a teoria começa com o filme O bom dinossauro que foi lançado apenas em 2015 e não com o primeiro filme da Pixar, Toy Story. Em resumo, a história criada por Jon Negroni, consiste em como o amor entre dois amigos, aliado às perversidades do homem com o Planeta Terra, impactou toda a humanidade.

Observação: A narrativa a seguir segue a linha temporal da teoria, a data de lançamento dos filmes estarão sinalizados por parênteses.

O filme O bom dinossauro (2015) dá início a teoria como uma forma de corroborar ela, nele os dinossauros que um dia já viveram na Terra, não morrem com o meteoro e que com o passar do tempo foram convivendo com os humanos e ficando inteligentes. Assim, a teoria apresenta a ideia de que seres irracionais são passíveis de se tornar inteligentes.

Avançando um pouco mais na história da humanidade, chegamos no século XIV e XV, no filme Valente (2012). Esse longa é importantíssimo para a teoria, pois, é aí que somos apresentados a uma personagem que vai fazer toda a diferença na história mais para frente: a bruxa. De forma secundária ao enredo da protagonista Merida, a bruxa apresenta algumas características curiosas. A primeira delas é que ela cria uma magia em que dá características humanas aos animais, como a fala e o pensamento racional (que foi apresentado ser possível em O bom dinossauro). Outra característica curiosa é que a feiticeira vive na floresta e aparece e desaparece por uma porta de madeira, e não para por aí, ela tenta transformar animais em outros bichos e tenta deixá-los mais inteligentes. Essas premissas farão todo sentido em outros filmes com o decorrer da teoria.

A Bruxa do filme Valente (Foto: Revista Movie in Series)

Mais um salto histórico é dado e finalmente chegamos ao século XX, no qual mais três filmes se desenvolveram. O primeiro deles é Os incríveis (2004) ambientado nas décadas de 1950 - 1960, na animação os super-heróis teriam sido criados por um experimento do governo americano, já o vilão Síndrome construia robôs inteligentes com a energia do ponto zero. Essa energia, segundo a teoria, seria a mesma energia usada pela bruxa em Valente pois tem a mesma função de dar vida aos objetos inanimados. O longa acaba de forma interessante para a teoria pois as máquinas se rebelam contra o ser humano Síndrome, mostrando que as máquinas já estavam com uma inteligência independente. Já os filmes Toy Story 1 e 2 (1995/1999) ambientados na década de 90, vêm para corroborar essa hipótese. Nos filmes os brinquedos teriam absorvido a energia do ponto zero se tornando seres animados e independentes.

A teoria começa a criar mais forma em Toy Story 3 e 4 (2010), quando há o conflito entre brinquedos e humanos. Dando a entender que os objetos criados pelos humanos e animados pela energia do ponto zero poderão no futuro controlar o mundo. Também é no filme 3 que é possível ver um easter-egg, as pilhas do Buzz Lightyear. Essas pilhas são da empresa BNL que é vista em outros filmes como em Wall-e, no qual mantém os humanos no espaço.

Deixando os brinquedos e os robôs, temos os animais, com Procurando Nemo (2003), que estreia o século XXI na narrativa. Nessa trama, os animais já mostram uma inteligência acima do normal, que se equipara com a inteligência humana. Dentro de sua sociedade, os peixes têm casa, escola, leis de trânsito, se comunicam através da linguagem verbal e até sabem ler. De acordo com a narrativa de Jon Negroni, isso acontece pelo mesmo motivo dos robôs e dos brinquedos: eles absorveram a magia da bruxa. E a Dory, que possui um déficit na memória, seria um efeito da evolução dos peixes terem se dado de forma tão rápida, nela a evolução deu um “bug”.

Em Coco (2017) há mais uma evidência de que os filmes estão interligados. No enredo, se alguma pessoa for esquecida na Terra, sua alma sumia dos mundo dos mortos. Acontece algo parecido no filme Divertidamente, quando Riley esquece de seu amigo imaginário e ele deixa de existir. E em “Os incríveis” se os super-heróis serem esquecidos, eles deixam de existir.

Pilhas da empresa BNL no Buzz Lightyear (Foto: Divulgação)

O longa Up - altas aventuras (2009) mostra, além dos cachorros que falam e têm um raciocínio - quase - lógico, que os animais têm um pensamento bem negativo do homem, o que corrobora o que a teoria fala dos outros filmes até agora. E por coincidência (ou não) o filme Ratatouille (2007) se passa no mesmo ano de Up, 2007, e destaca as mesmas características, de que os animais são inteligentes - e no caso de Ratatouille o rato é mais talentoso que o humano - e que os animais não gostam dos humanos, isso porque todos os ratos da cidade não gostam do homem, apenas Remy gosta.

A partir daqui entramos em uma linha temporal completamente fictícia com os filmes da franquia Carros que se passam em 2110 - 2800, segundo a teoria. Nessa fase do planeta não existem mais humanos na terra, eles teriam ido para o espaço devido a poluição e a revolta das máquinas, que já aconteceu. Um easter-egg no filme é a propaganda da empresa BNL nas comidas, isso acontece em Carros 3, essa mesma empresa teria sido uma das grandes responsáveis pela poluição na terra.

A empresa BNL na corrida do filme Carros (Foto: Divulgação)

Com o cenário de um mundo destruído e sem nenhum humano há também a animação Wall-e (2008), que se passa no ano de 2800 - 2900, no qual segundo a teoria o fato de o único animal vivo no planeta ser uma barata é uma alusão à destruição em massa que o homem provocou, uma vez que as baratas são resistentes até a bombas atômicas. E um fato relevante para a teoria, é que, no final do filme, Wall-e encontra uma plantinha e planta ela, e nos créditos essa plantinha se torna uma árvore, mas o curioso é que essa árvore é muito peculiar e se parece muito com a árvore do filme Vida de inseto.

Árvore nos créditos de Wall-e (Foto: Divulgação)

Árvore no filme Vida de inseto (Foto: Divulgação)

A partir dessa árvore, o longa-metragem Vida de inseto (1998) representaria o recomeço do mundo, em meados dos anos 2900, quando a vida na terra estaria se restabelecendo. Durante esse processo há humanos no filme, porém eles não são o foco do filme pois não são muitos, e a teoria explica que esses poucos humanos existentes nessa época sofrerão mutações devido a forte radiação deixada no planeta, e é aí que a teoria explica a origem dos monstros do filme Monstros S.A. Esses seres seriam animais e humanos que sofreram forte influência da radiação e originaram essa nova espécie inteligente.

A franquia de filmes Monstros S.A e Universidade monstro acontece a partir do ano 3000, quando os monstros acabam se tornando uma sociedade avançada. Mas o filme mostra que mesmo mais evoluídos os monstros ainda precisam dos humanos, para gerar energia. Então eles criam a tecnologia das portas que permite que eles se conectem com os humanos sem ter muito contato, pois os humanos são extremamente tóxicos. Essa tecnologia faz com que as portas viagem no tempo porque nos anos 3000 não há muitos humanos.

E é aqui que a teoria ganha forma. No final de Monstros S.A vemos que Boo fica muito triste com a partida de Sully e até tenta abrir a porta para ver ele novamente, mas não consegue vê-lo. Segundo Jon Negroni, Boo teria ficado extremamente triste por não conseguir ver seus amigos monstros novamente e fica tão fascinada com isso que ela cresce e fica obcecada em encontrar Sully novamente e isso a fez procurá-lo durante anos, até que teoricamente ela encontrou uma forma de viajar no tempo e acabou criando uma magia que faz os animais se comportarem como gente. Sendo assim, a Boo é a Bruxa do filme Valente, só que mais velha, pois procurou a vida toda pelo seu amigo monstro. Alguns detalhes no filme de Valente corroboram muito essa ideia, são eles: o fato de que a bruxa viaja pela porta de sua casa; a bruxa possuir a escultura de um carro de madeira em sua casa, sendo que nos séculos XIV e XV não existiam carros, indicando que a bruxa não é dessa época; e a evidência mais forte dessa teoria: a bruxa de Valente tem uma escultura de madeira com o desenho do Sully em sua casa. Assim, cada easter-egg deixado nos filmes da Pixar foram deixados pela Boo que viajou no tempo e passou por ali procurando seu amigo.

O carro de madeira na mesa da bruxa  (Foto: Divulgação)

O desenho do Sully no quadro de madeira no canto inferior direito  (Foto: Divulgação)

Para terminar, o filme Divertidamente traz mais evidências de que a teoria é real. Na animação Riley tem um amigo imaginário que se parece muito com os monstros, e a narrativa hipotética diz que o amigo é sim um monstro que trabalha na empresa S.A, só que esse filme acontece quando a empresa já trabalha com risos para conseguir energia, por isso que o amigo parecia um palhaço e fazia Riley se divertir o tempo todo.

E aí, você acredita nessa teoria?

Nenhum comentário