Maze Runner: A Cura Mortal - Crítica
Por Léo Figueiredo
Em 2014, a jornada de Thomas e os Clareanos para achar uma
saída do labirinto foi repleta de surpresas, tanto para quem estava com baixa
expectativa – afinal, poderia ter sido somente mais um filme da moda teen – quanto para aqueles que
desconheciam o conteúdo da adaptação dos livros de James Dashner. O segundo filme, no ano seguinte, não ficou para
trás e o público foi apresentado ao mundo distópico da franquia. Agora, em A Cura Mortal, a correria dos heróis e os
perigos chegam ao fim.
Seis meses depois da traição de Teresa (Kaya Scodelario) e da
CRUEL destruir o acampamento do Braço Direito, Thomas (Dylan O’Brien), Newt (Thomas
Brodie), Brenda (Rosa Salazar) e
outros se reagrupam para salvar o amigo Minho e outras crianças dos
procedimentos nada gentis da empresa comandada por Ava Paige. Eles terão que ir
até a Última Cidade, uma majestosa fortaleza que é livre dos zumbis e das
pessoas supostamente infectadas pelo vírus Fulgor.
Para entrar no laboratório superprotegido da CRUEL, Thomas
terá que reencontrar Teresa, a qual ainda acredita que a cura para o vírus está
contida no sangue de um dos imunes. O jovem, tentando ser mais racional e menos
emotivo, precisa se preparar para a última missão.
Thomas e seus amigos buscam uma entrada para a Última Cidade. |
Dirigido mais uma vez por Wes Ball, aqui o cineasta revela seu amadurecimento e exalta Maze Runner naquilo que a franquia tem
de melhor: a ação. E neste capítulo final, Ball alcança todo o potencial da
saga do labirinto trazendo sequências de prender a atenção. A cena do trem,
logo no início da exibição, é uma prévia do que esperar do clímax. E que clímax
– com direito a socos e muitas explosões!
Os personagens são posicionados estrategicamente para
garantir que a tensão proporcionada pela ação perdure até o espectador não
aguentar mais. O movimento de câmera contribui bastante nisso, como um
instrumento que concebe harmonia a toda uma orquestra. Mais um mérito para o
diretor. No entanto, o roteiro escorrega grosseiramente ao desconsiderar
explicações que deveriam ser essenciais, em especial para quem não leu os
livros. Por ser o encerramento de uma trilogia, era de se esperar que os
mistérios alicerçados desde o primeiro filme fossem resolvidos.
Será possível encontrar uma cura? |
Infelizmente, não fica muito claro o real motivo dos
adolescentes terem sido presos no labirinto e tampouco por que Thomas de
repente se tornou tão especial (O passado dele sequer é mencionado, o que
poderia ter ajudado no entendimento). Ava Paige é outra que também merecia ter
sido mais explorada, porém, no final das contas, parece que ela não tinha tanta
importância quanto demonstrava. Além disso, há o retorno de alguém que deveria
estar morto e isso é tratado de maneira curta e vaga, o que, sinceramente, não
convence e prejudica o contexto. E no fim as dúvidas são tão grandes quanto as
certezas.
Diante disso, Maze
Runner: A Cura Mortal é um final satisfatório para uma trilogia que
conquistou a atenção do público graças às suas qualidades. É um filme que tem
coragem de matar personagens, agarrando-se ao drama e consolidando maturidade à
saga. Se tivesse se preocupado em responder algumas questões, poderia ter
chegado a um patamar épico. Novas franquias e novos labirintos vão surgir, mas
Thomas e os Clareanos já podem descansar no limbo dos heróis aposentados.
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