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A nova DC: a Era de Ouro chegou?

O sombrio sucumbe às cores


POR LÉO FIGUEIREDO E PH DIAS


Apesar dos vários impasses quanto aos filmes da DC, principalmente por causa do tom sombrio adotado em sua gênese, parece que enfim se acende uma luz de esperança em meio às trevas. Uma luminosidade que talvez seja capaz de acompanhar o que deu certo nos filmes da Mulher-Maravilha e do Aquaman. Desde que seu primeiro trailer foi ao ar, na San Diego Comic-Com de 2018 (no mesmo painel em que foi liberado o trailer de Aquaman), o teor colorido de Shazam explodia aos olhos. A primeira impressão era de que parecia uma adaptação mais aventuresca, livre do contexto pesado exibido, principalmente, em Batman v. Superman

A atmosfera mudou, isso é um fato. Aquaman veio como o primeiro longa pós-era Snyder, com a promessa de que os filmes solos do universo DC não estariam mais conectados. Decisão essa tomada pela Warner, detentora dos personagens nos cinemas, e seus acionistas. Depois do fracasso de Liga da Justiça, a preocupação do estúdio se intensificou; projetos foram paralisados e jogados no limbo, enquanto outros, que sequer tinham sido previamente anunciados, surgiram em um passe de mágica. É o caso de Shazam, Coringa e Aves de Rapina, próximos projetos da editora a serem lançados no cinema.  

Infelizmente, essa faxina é fruto das falhas implantadas pela própria Warner, e agora a DC batalha por um novo cronograma – e novo elenco também. Ben Affleck disse adeus ao Batman; há boatos de que Ray Fisher (Ciborgue) também pule do barco, uma vez que Liga da Justiça 2 provavelmente demore anos para acontecer –, e também pelo fato de o personagem não ter uma boa história nas HQs que sustente um filme solo; Ezra Miller (Flash), por sua vez, ainda permanece envolvido no filme do Velocista Escarlate, contribuindo inclusive com o roteiro. Porém, o projeto já trocou diversas vezes de diretores e há ainda rumores de que a saída do ator seja iminente. Enquanto isso, o destino de Henry Cavill como Superman continua um mistério. 

Quem se deu bem foi Gal Gadot, com sua Mulher-Maravilha, e Jason Momoa, com Aquaman, este sendo o único filme da nova safra da DC a ultrapassar a marca de 1 bilhão em bilheteria mundial. Margot Robbie também irá retornar com sua Arlequina em Aves de Rapina, na qual a personagem irá se tornar uma espécie de anti-heroína. Além disso, todos estão ansiosos para ver o Coringa de Joaquin Phoenix, e descobrir se de fato a DC terá a coragem de desenvolver uma nova linha temporal à parte dos outros filmes. 

Como se não fosse o bastante, diante das polêmicas relacionadas à sua demissão na Marvel, James Gunn, diretor dos dois volumes de Guardiões da Galáxia, foi contratado pela Warner para dirigir e roteirizar a próxima versão de Esquadrão Suicida, que, ao que tudo indica, não terá ligação com a trama do pífio longa de 2016. Com a recontratação recente de Gunn pela Marvel para dirigir Guardiões da Galáxia Vol.3, o filme da equipe espacial ficará engavetado até o diretor encerrar sua parceria com a Warner.

Shazam é outro projeto que traz consigo grande responsabilidade. É o atestado de que, além de filmes de ação e aventura, a DC também pode investir em comédias. A prova disso foi a contratação de Zachary Levi, que ficou muito conhecido atuando na irreverente série Chuck. As primeiras impressões do filme apontam que é um dos melhores trabalhos feitos pela DC.


Veremos uma DC mais espontânea, sem o medo sombrio de ser feliz, buscando encontrar um tom certo para os seus personagens. Com a correção da tonalidade, fica a expectativa de que os investidores não desistam de conectar esses heróis em um futuro vindouro. Planejamento é essencial. Pelo menos eles descobriram que sorrir faz bem, e a editora está começando a se divertir com isso.

Os próximos filmes já confirmados da DC são: Shazam (Abril/2019), Coringa (Outubro/2019), Aves de Rapina (Fevereiro/2020), Mulher-Maravilha 1984 (Junho/2020), The Batman (Junho/2021), Esquadrão Suicida (Agosto/2021) e Aquaman 2 (Dezembro/2022). 

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