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A importância de Capitão América e Homem de Ferro no Universo Marvel

Os dois pilares do UCM encontram seu epílogo em Vingadores: Ultimato

POR LÉO FIGUEIREDO


O fim chegou. Ao longo de 22 filmes, acompanhamos o Universo Cinematográfico da Marvel (UCM)  se desenvolvendo e adquirindo novas dimensões. Fomos apresentados a personagens pouco conhecidos e que logo ganharam nosso respeito. Assistimos a culminação de um grande encontro em Guerra Infinita e presenciamos os Maiores Heróis da Terra fracassarem.

Com a estreia de Vingadores: Ultimato, a narrativa que coloca um ponto final na Saga do Infinito, o Caderneta Nerd preparou este especial focando em dois grandes personagens que foram pilares para o UCM, explicando como seus comportamentos e participações moldaram este tão querido universo. Steve Rogers e Tony Stark são opostos que se atraem, e a jornada que ambos traçaram ao longo dos filmes encontrou seu desfecho.

O Playboy Filantropo

No primeiro filme do Homem de Ferro (2008), conhecemos um Tony Stark gênio e inventor, ao passo que é irresponsável e mulherengo. Sua fortuna está alicerçada em construir armas de guerra, e o bilionário acredita que sua tecnologia é o caminho para se criar a paz mundial. Parece difícil ter empatia por um personagem com princípios profundamente egocêntricos, mas a irreverência de Robert Downey Jr. conquistou o público. Após ser sequestrado por um grupo terrorista e ver o que suas armas são capazes de fazer nas mãos erradas, Tony cria uma armadura de ferro no seu cativeiro. Logo, o instrumento que inicialmente o ajudou a fugir de seus sequestradores se torna um ideal pessoal: ele acredita que as Indústrias Stark devem parar de fabricar armas. Assim nasce o Homem de Ferro, uma ferramenta pacífica para destruir recursos hostis. E na cena pós-créditos, vemos ninguém menos que Nick Fury apresentando a Tony Stark a Iniciativa Vingadores.

Nesse sentido, para que as sementes plantadas dessem fruto e, dessa forma, a Marvel tivesse o aval para dar continuidade ao seu ambicioso universo, era primordial que o filme fizesse sucesso. E fez. Em Homem de Ferro 2 (2010), é curioso constatar que a independência de Tony encontra o seu auge na mesma proporção em que é colocada à prova; ainda que não queira colaborar com o governo americano e das tentativas frustradas de consertar sozinho seu reator, sem o qual não consegue viver, a autonomia do bilionário é confrontada ao precisar da ajuda de Nick Fury e da S.H.I.E.L.D. 

O Sentinela da Liberdade

Em Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), o público é transportado para o contexto da Segunda Guerra Mundial. O franzino Steve Rogers (Chris Evans), que foi reprovado diversas vezes no serviço militar, realiza o sonho de se tornar soldado graças à ajuda do Dr. Abraham Erskine. Embora seja visivelmente inapto para ir à guerra, os princípios de Steve, somados à perseverança de ser útil ao país, chamam a atenção do Dr. Erskine e este, em parceria com o exército e o jovem Howard Stark, cria o Projeto Super Soldado. Steve, tendo se voluntariado como cobaia, é injetado com um soro que amplifica suas qualidades, além de lhe conceder força sobre-humana. Sendo assim, ele assume a identidade de Capitão América, liderando o exército americano contra os nazistas. O primeiro filme do Sentinela da Liberdade nos mostra dois detalhes que ecoam no UCM: o expressivo caráter de Steve, que se torna um núcleo moral para os Vingadores ao longo de todo os filmes; e o amor de Steve por Peggy Carter, romance que nunca pôde ser concretizado dado o sacrifício do Capitão América pela nação, afundando no gelo e tendo ali hibernado por 70 anos.

Os dois já começam a se desentender desde o primeiro filme dos Vingadores (Foto: Marvel Entertainment)
Em Vingadores (2012), ficamos diante de um dos ápices da trajetória da Marvel. Já é perceptível a tensão entre Steve Rogers e Tony Stark e o quanto seus egos colidem quando estão próximos: o bilionário, em seu egoísmo e ceticismo, debocha da premissa de ter que se unir com outros heróis; o Super Soldado, temporalmente deslocado, acredita que ainda pode ser útil  e encontra um novo propósito ao impedir os planos de Loki.

Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) é um divisor de águas na franquia. Aqui, Steve tem sua confiança no sistema questionada ao descobrir que a S.H.I.E.L.D, instituição para a qual estava trabalhando, serviu de hospedeiro para a Hydra, que cresceu secretamente e corrompeu todo o sistema. Vemos o patriotismo do Capitão América sendo substituído por seus princípios, sua ética e moral. Ele também descobre que seu melhor amigo, Bucky, foi instrumento da Hydra durante todos esses anos e tenta resgatá-lo, temática que prossegue até o terceiro filme do herói.

Já em Era de Ultron (2015), constatamos que as preocupações de Tony, mostradas em Homem de Ferro 3 (2013), atingem outro patamar. Se em sua terceira aventura solo ele tinha pesadelos, ataques de pânico e insônia devido ao trauma causado pela invasão alienígena em Vingadores, em Era de Ultron, Tony acredita que deve desenvolver uma armadura que proteja toda a Terra. Assim, ele cria um robô que se volta contra a humanidade, causando intrigas internas e desconfiança entre os Vingadores. Agora, além da perturbação corriqueira, Tony carrega a penitência pela morte de civis inocentes na destruição de Sokovia.

O que nos leva para Capitão América: Guerra Civil (2016). O Homem de Ferro, que em seu segundo filme solo se recusa a colaborar com o governo americano, em Guerra Civil se alia a ele a fim de que os heróis sejam supervisionados. Steve Rogers não concorda com isso – curiosamente, pelas mesmas razões de Tony em Homem de Ferro 2. Os dois heróis possuem opiniões opostas a respeito do Tratado de Sokovia, e essa rivalidade aumenta com a descoberta de que Bucky é o assassino dos pais de Tony. Acontece então a luta que causa a separação dos Vingadores. Guerra Civil também é a introdução do novo Homem-Aranha no UCM. Tony Stark enxerga em Peter Parker não somente um pupilo, e sim um indivíduo que pode ser melhor que ele.

Guerra Civil mostra a briga que separou os Vingadores (Foto: Marvel Entertainment)
Ao início de Vingadores: Guerra Infinita (2018), todas as preocupações de Tony nos filmes anteriores culminam com a iminência da ameaça de Thanos. E no pior momento possível, pois os Vingadores não existem mais. A luta se divide em duas equipes: Homem de Ferro viaja para o espaço, enquanto cabe ao Capitão América sair das sombras e reunir um exército em Wakanda para que seja a linha de frente da Terra. O final de Guerra Infinita é impactante: metade dos seres vivos, incluindo os heróis, desaparece após Thanos reunir todas as Jóias do Infinito e estalar os dedos. Steve Rogers, acostumado a vencer, sente o sabor de uma grande derrota; Tony Stark testemunha Peter Parker virar pó diante de seus olhos, o que adiciona mais uma carga traumática ao personagem – elemento este que serve de motivação para o personagem em Ultimato.

Em Vingadores: Ultimato (2019), os dois personagens encontram a conclusão de suas emblemáticas histórias. Uma apoteose que respeita o tom de suas personalidades, suas evoluções narrativas e toda a fundação do UCM. O arco da Saga do Infinito se encerra, abrindo novas portas para que outros heróis entrem e deixem marcas tão significativas e memoráveis quanto o Capitão América e Homem de Ferro. Um legado que jamais passará despercebido.

Vingadores: Ultimato está em cartaz nos cinemas.

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