Os Defensores: 1ª Temporada - Crítica
Por Douglas Lucena
No último dia 18, finalmente foi lançada uma das mais
esperadas séries desde o lançamento de Demolidor:
Os Defensores. Em sua quinta
colaboração com a Netflix, a Marvel conseguiu unir nas telinhas os maiores
combatentes do crime em Nova Iorque. Porém, com ou sem maestria?
Em Defensores, é
interessante como cada acontecimento dos personagens em sua série solo
influencia na narrativa. A série inicia exatamente onde Punho de Ferro parou, com Daniel Rand (Finn Jones) em busca dos responsáveis pelo ataque a K’un-Lun. Logo
após, temos Jessica Jones (Krysten
Ritter), que continua em sua vida de bebedeira e ainda se recusando a ser
chamada de heroína. Na sequência, temos Luke Cage (Mike Colter) deixando a prisão e voltando a defender o Harlem, e
Matt Murdock (Charlie Cox), que após
ser apresentado a sua versão mais negra (Justiceiro, interpretado por Jon Bernthal) e tendo perdido o amor da
sua vida (Elektra, interpretada por Élodie
Yung), agora deixou de lado o uniforme do Demônio de Hell’s Kitchen e foca
na carreira de advogado.
Um ponto forte da série, pelo menos nesse primeiro momento, é
a apresentação e o desenvolvimento dos personagens. As histórias são bem
fundamentadas e, mesmo que pareçam supérfluas num primeiro momento, descobrimos
depois que cada detalhe importa. Como a série une os heróis? Seguindo pistas,
Danny descobre que o ataque a K’um-Lun tem ligação direta com o Tentáculo, uma
organização criminosa de ninjas, e principal ameaça da série. Jessica Jones
recebe um novo caso para investigar, cujo alvo é de grande importância para o
desfecho da série. Luke Cage e o Demolidor se envolvem cada um à sua maneira
(não darei mais spoilers), mas o
motivo é satisfatório e fácil de “engolir”, por assim dizer.
Os personagens coadjuvantes também não aparecem de forma
gratuita. Claire Temple (Rosario Dawson),
Misty Knight (Simone Missick),
Colleen Wing (Jessica Henwick),
Foggy Nelson (Elden Henson), Karen
Page (Deborah Ann Woll), Trish
Walker (Rachael Taylor), Malcolm (Eka Darville) e o Stick (Scott Glenn) são inseridos na série de
maneira satisfatória e com histórias bem desenvolvidas.
Outro ponto alto da série é a fotografia. Com um visual
multicolorido, a Netflix ao invés de adotar uma só cor padrão, como de costume,
ela nos apresenta cada personagem individualmente com uma cor característica.
Temos o vermelho para o Demolidor; o verde para o Punho de Ferro; amarelo para
o Luke Cage e azul para a Jessica Jones. Somente quando os personagens se
encontram, é que adota-se uma cor predominante.
Os tempos de cena dos protagonistas, no geral, foram bem
utilizados. Porém isso teve um custo: ocultou demais os vilões. Alexandra,
interpretada por Sigourney Weaver,
ficou realmente incrível, até fazendo com que o público se identifique com ela
(coisa rara, mas não inédita. Vide o Rei do Crime e Kilgrave, por exemplo),
porém não foi o suficiente. O que é passado para nós, é que o Tentáculo é uma
organização muito poderosa e perigosa (para ser preciso os quatro heróis se
unirem, tem que ser mesmo), mas só vimos isso em Os Defensores. Nas outras séries, só temos contato com a
organização através da Madame Gao e Nobu. Fica difícil engolir de uma vez só
que todos os integrantes do Tentáculo são temíveis lutadores excepcionais. A
organização poderia ter sido melhor trabalhada ao longo das outras séries solo.
No geral, a série é boa e cumpre com
seu papel. Peca no desenvolvimento dos vilões, também um pouco nas cenas de
luta (não tanto quanto em Punho de Ferro,
ainda bem), mas compensa no enredo e nos diálogos dos personagens,
principalmente quando os protagonistas já estão juntos (aqui vale um destaque
para o momento em que Luke dá um sermão em Danny sobre racismo). Enfim, estando
apenas abaixo de Demolidor (na nada humilde opinião do autor) e deixando um bom
espaço para uma segunda temporada, Os
Defensores mostram que, unidos, valem a pena uma maratona.
Ao longo dos oito episódios, o roteiro consegue resgatar momentos cruciais de outros seriados para dar ainda mais contexto à ameaça principal: o Tentáculo. Jessica Jones é meu personagem favorito, amei ver no elenco da série a Rachael Taylor é uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em Ouro e Cobiça, um filmes de drama maravilhoso, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.
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