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As 5 animações mais belas do Studio Ghibli

Em homenagem aos 34 anos de atuação, separamos algumas importantes produções do estúdio

POR MARIANA BATISTA

O Studio Ghibli completa 34 anos em 2019 (Imagem: Studio Ghibli/Divulgação)
Pouquíssimas são as pessoas da atual geração que ainda não devem ter ouvido falar sobre o Studio Ghibli, pois clássicos como “Túmulo dos Vagalumes” e “Meu vizinho Totoro” ainda não caíram no completo esquecimento. Tendo um acervo cinematográfico de mais de 20 filmes e sendo uma referência entre os estúdios de animação japonesa, O Ghibli é praticamente um patrimônio cultural do Japão.

Pensando nisso, o Caderneta separou alguns dos melhores longas-metragens já produzidos pelo Ghibli, com o intuito de não apenas criar um pequeno guia sobre qual dos mais de 20 filmes assistir primeiro, mas também de realizar uma pequena e singela homenagem ao estúdio que completa 34 anos de atividade no presente ano.

1. A Viagem de Chihiro

Poster de "A Viagem de Chihiro" 
(Imagem: Studio Ghibli/Divulgação)
Chihiro e seus pais estão se mudando. A caminho da nova moradia, seu pai pega um caminho errado e acaba encontrando uma aldeia abandonada. Embora a menina insista em ir embora devido à estranheza do lugar, o casal não a escuta, prefere desfrutar da comida de um restaurante que por ali encontraram. Ao cair da noite, Chihiro acaba se separando de seus pais e faz algumas descobertas. O vilarejo é na verdade refúgio para espíritos. A garota então embarca em uma grande aventura em que, para reencontrar seus pais e sair daquele lugar, vai precisar seguir as regras do mesmo.

A mais encantadora e mais famosa obra de Hayao Miyazaki é, eufemismos à parte, esplendidamente incrível em variados aspectos. A narrativa do longa é incrivelmente envolvente e incide naqueles que a acompanham um desejo de estar atento a todos os pequenos detalhes do fascinante mundo onde ela se desenrola. O filme entrega personagens muito bem construídos, uma fotografia e trilha sonora perfeitas. A narrativa também dá algumas alfinetadas na sociedade japonesa moderna e, com um pouquinho de sensibilidade a mais, percebe-se uma pequena crítica à toxicidade da avareza.

2. A Princesa Mononoke

Poster para "A Princesa Mononoke"
(Imagem: Studio Ghibli/Divulgação)
No tempo em que os humanos conviviam com deuses que habitavam corpos de feras gigantescas, o príncipe Ashitaka é amaldiçoado por um deus possuído e é forçado a abandonar sua aldeia, indo rumo a oeste para encontrar um modo de quebrar a maldição. Em sua jornada, ele se envolve na batalha dos mineradores de ferro com os deuses-animais, os quais lutavam pelo domínio da floresta, e acaba conhecendo San, uma garota que foi adotada e criada pela tribo dos deuses lobos.
 
Diferente dos demais filmes do Studio, a animação tem um teor adulto, um pouco mais violento que as outras produções, e contém cenas que podem chocar os mais despreparados. O roteiro não deixa a desejar em momento algum, sempre deixando bem claro o posicionamento dos dois lados da guerra e principalmente de Ashitaka, que, de algum modo, acaba tornando-se o mediador do conflito. A construção e o desenvolvimento dos personagens são igualmente satisfatórios e contribuem de forma incrível para o repasse de uma mensagem bastante importante sobre conscientização ambiental.

3. O Conto da Princesa Kaguya

Poster para "O Conto da Princesa Kaguya"
(
Imagem: Studio Ghibli/Divulgação)
Kaguya é uma garota que foi encontrada dentro de um tronco de bambu quando ainda era um bebê e foi criada por um casal de camponeses. Por acreditar que a Kaguya era uma princesa enviada pelos céus, seu pai insistia que a garota deveria viver como tal, e, assim, a família abandona o campo e muda-se para a cidade em busca da sorte, de uma educação melhor para a menina e de ascensão social da suposta realeza de Kaguya.
 
A narrativa é uma obra de arte verdadeiramente bela e envolvente. Além de exaltar pequenos detalhes das tradições e do folclore japonês, o longa abre uma porta para pequenas reflexões importantes sobre a mulher nos tempos mais antigos. O filme trabalha em cima de críticas às projeções futuristas criadas pelos pais e o modo como elas incidem sobre a vida das crianças — em especial, as meninas. O que é principalmente discutido é a ideia machista de que o homem tem algum tipo de posse sobre a vida da mulher, o que, muitas vezes, converge no silenciamento da voz feminina.


4. O Castelo Animado

Poster para "O Castelo Animado"
 (
Imagem: Studio Ghibli/Divulgação)
Sophie é uma jovem simples, de poucas ambições, especialmente para si mesma. Levemente insegura, sua maior prioridade é cuidar da chapelaria de seu falecido pai. Apesar da simplicidade de sua vida, a jovem vira alvo do desafeto da Bruxa das Terras Abandonadas e é amaldiçoada, transformando-se em uma idosa de 80 anos. Após sair de casa em busca de uma forma de quebrar a maldição, Sophie acaba indo morar no castelo animado de Howl, um jovem feiticeiro com uma péssima reputação.

O filme é uma adaptação da obra literária de mesmo nome da britânica Diana Wynne Jones e possui, acima de qualquer outra característica, uma narrativa leve, criativa e bem-humorada. Apesar de deixar alguns pontos da história um pouco soltos demais — pequenos detalhes que provavelmente seriam melhor explicados no livro — o roteiro fantasioso, marca registrada do Ghibli, é bem construído e autoexplicativo em algumas partes, somente deixando a desejar no final. A fotografia é belíssima, tal qual a trilha sonora, e o desenvolver da relação entre Howl e Sophie é algo verdadeiramente belo de se acompanhar.

5. Sussurros do Coração

Poster para "Sussurros do Coração"
 (
Imagem: Studio Ghibli/Divulgação)
Shizuku Tsukishima é uma estudante de 14 anos, aspirante à escritora, que tem uma grande paixão por livros. Em uma noite tranquila, ao avaliar seus cartões da biblioteca, a garota percebe que, curiosamente, todos os livros que ela já leu foram lidos por Seiji Amasawa, um garoto que tinha um prazer evidente em irritá-la sempre que se encontravam. O filme é uma adaptação do mangá de mesmo nome criado por Aoi Hiiragi.
 
Assim como “Eu posso ouvir o oceano”, “Da colina Kokuriko” e outros títulos, o filme não tem um roteiro marcado pela fantasia bem construída. Pelo contrário, trata de pequenas questões do cotidiano juvenil, bordadas por um romance clichê. Apesar de o final deixar um pouco a desejar, a narrativa encantadora, que transborda simplicidade e leveza na fotografia e na animação, também traz consigo um pequeno lembrete: uma mensagem sobre respeitar a si mesmo, as coisas que você gosta e, principalmente, o tempo que você leva para descobrir mais sobre o seu próprio potencial.


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