SAGA 2017: Indie Games ganham atenção especial no SAGA e mostram o potencial do mercado no RN
Grupo potiguar de jogos independentes traz estande com seis bons exemplos do que o cenário local tem a oferecer
Por Clercio Rodrigues e Douglas Lucena
Jogos indie estão cada vez mais populares. Em plataformas
como a Steam, basta navegar pelas páginas dos lançamentos para perceber que o
número de iniciativas independentes cresce diariamente. Seja pelo preço
convidativo ou pelas propostas diferenciadas, esse tipo de produção está conquistando
seu espaço na indústria. No Brasil, mais especificamente no Rio Grande do
Norte, o segmento indie ainda caminha a passos lentos, mas isso não impede o
surgimento de grandes ideias.
Para fomentar esse mercado e valorizar o desenvolvedor
potiguar, nasceu o grupo PONG (Potiguar Indie Games). A instituição, que
promove encontros e palestras entre os criadores, ganhou um grande espaço no
SAGA 2017. Na área de tecnologia, o estande PONG Space foi um dos ambientes
mais atraentes da feira e reuniu seis iniciativas potiguares independentes:
Epiphany, Resonance, Play Natal, RailGunners, Beer Shooter e Híbrido Retro.
Além de testar cada um dos projetos, os visitantes puderam conversar com as
equipes responsáveis pelos projetos e assistir apresentações sobre cada um dos
empreendimentos. “Apresentar os projetos em um evento como o SAGA fortalece a
indústria de games local e pode nos ajudar a chegar mais longe”, disse Tiago
Fernandes, organizador do grupo.
A equipe do Caderneta Nerd visitou cada um dos painéis
para conhecer a história dos desenvolvedores e a proposta dos games em
destaque. Confira:
1) Play Natal
O jogo para dispositivos móveis Play Natal, disponível gratuitamente na App Store e no Google Play e desenvolvido pela equipe norte-rio-grandense BTB Mobile, é uma excelente opção para aqueles que gostariam de conhecer os pontos turísticos da Cidade do Sol de uma maneira extremamente divertida.
1) Play Natal
O jogo para dispositivos móveis Play Natal, disponível gratuitamente na App Store e no Google Play e desenvolvido pela equipe norte-rio-grandense BTB Mobile, é uma excelente opção para aqueles que gostariam de conhecer os pontos turísticos da Cidade do Sol de uma maneira extremamente divertida.
Com cada fase do game apresentando um lugar diferente, como
a praia de Ponta Negra e o Forte dos Reis Magos, o projeto ainda traz um
incrível diferencial: a moeda obtida durante o jogo, os cajupoints, pode ser
convertida em descontos em restaurantes, pousadas e passeios que a capital
oferece. “O objetivo aqui é fazer com que a experiência online venha a se
tornar offline, fazendo com que os jogadores saiam dos dispositivos virtuais e
aproveitem a cidade fisicamente”, explica Felipe Farias, um dos desenvolvedores
da equipe.
Porém, o projeto não está 100% pronto: “Pensamos em
futuramente adicionar novas fases não só de Natal, mas cobrindo todo o estado
do Rio Grande do Norte, com cidades como Nísia Floresta, Mossoró e Currais
Novos”, finalizou Felipe.
Enquanto esperamos ansiosos pela futura atualização, vale
muito a pena dar uma conferida no aplicativo.
2) Híbrido Retrô
Já pensou em ter um videogame com mais de nove mil jogos?
Parece absurdo, mas foi pensando nisso, que a equipe Novaera Tecnologia criou o
console Híbrido Retrô. Menor que a maioria dos smartphones da atualidade, o
hardware do videogame é baseado na placa RaspBerry PI3 e emula trinta
plataformas clássicas, de Atari e Super Nintendo à PsOne e Neo Geo.
Apesar de tudo, de acordo com Daniel Magno, líder da equipe
que desenvolveu o console, “o diferencial do Híbrido Retrô não é apenas
relembrar os clássicos dos anos 80 e 90, mas também, ter um software
customizado, que permite mais funções que a concorrência. Este console por
exemplo, traz uma central de mídia integrada e suporte à óculos de realidade
virtual”.
Com o projeto, a equipe Novaera Tecnologia ganhou o apoio da
Incubadora Digital do Instituto Federal do Rio Grande do Norte e a oportunidade
de mostrar o console durante os três dias de SAGA 2017.
O Híbrido Retrô já está disponível para venda. Mais
informações em: www.projetohibrido.com.br.
3) Epiphany
Logo de cara, o game Epiphany surpreende pela jogabilidade,
estilo gráfico e animações detalhadas. Fruto da equipe Beermen Games, o jogo
nasceu no evento Natal Game Jam e está em desenvolvimento há pouco mais de dois
meses. “Atualmente, o jogo está em fase Alpha e isso só é possível graças ao
trabalho em equipe. No meio independente, é muito comum encontrar
desenvolvedores levando projetos sozinhos, o que, na maioria das vezes, se
torna inviável. Por isso, em nossa equipe, cada um dos membros carrega uma
especialidade para que o trabalho possa se concretizar de uma forma mais rápida
e fácil”, explicou Alessandro Oliveira, um dos responsáveis por Epiphany.
A proposta do jogo é usar de uma jogabilidade inspirada nos
MOBA (Multiplayer Online Battle Arena), como League of Legends, para contar a
história de Spark, uma criatura de cristal que perde a memória e fica presa em
um mundo fantasioso. Spark precisa enfrentar seus medos, que se materializam em
forma de monstros, para recuperar suas memórias e, só assim, descobrir quem ele
é e o que está fazendo ali.
A expectativa do time que está desenvolvendo Epiphany, é que
nos próximos anos, o cenário indie local continue crescendo. Para Leon Walras,
designer dos gráficos do jogo, “A chegada de cursos superiores especializados
na área de desenvolvimento de jogos em Natal, é fundamental para isso. Quando
eu fiz o vestibular em 2011, essas opções não existiam e hoje é mais uma porta
aberta para fortalecer a indústria. Estão surgindo grandes oportunidades de
aprender essa profissão em nosso estado e isso pode fazer com que muitos jovens
potiguares percebam que é possível ingressar neste mercado.”
Epiphany entrou recentemente no Steam Greenlight e você pode
apoiar o desenvolvimento do projeto em: www.beermengames.itch.io/epiphany.
4) Beer Shooter
O Beer Shooter, jogo desenvolvido por André Luiz, também
conhecido como “Senpaidosgames”, nos traz um sentimento nostálgico de outras
épocas. No maior estilo “desviar e atirar”, o objetivo do game é desafiar os
reflexos do jogador e testar a velocidade de resposta de seu cérebro mediante
os obstáculos encontrados pelo caminho que o personagem faz conduzindo uma
bicicleta, ao mesmo tempo que tenta destruí-los atirando latas de cerveja.
Trabalhando sozinho, André Luiz conseguiu desenvolver o
projeto em apenas uma semana: “a maior dificuldade que encontrei foi
estabelecer um ponto de equilíbrio no que diz respeito à dificuldade do jogo.
Algo que não fosse nem fácil demais e nem muito difícil”, relatou.
Com seu espaço no PONG Space, o programador exibe seu
projeto e sonha com um possível lançamento na Steam.
Esta não é a primeira vez que a equipe EXPRESSO Games,
formada por apenas três jovens desenvolvedores, participa do SAGA Entretenimento.
O time criador do indie RailGunners esteve no SAGA 2.0, em 2016, e agora
retorna na nova edição da feira com um projeto ainda mais robusto. “Usamos
esses meses entre um evento e outro para melhorar o sistema de menus e corrigir
erros que prejudicavam a experiência dos jogadores”, disse Filipe Brizolara,
programador do game.
A proposta do jogo é simples e ousada: reviver o gênero
“jogos de nave”, famosos dos anos 80 e 90, com uma nova roupagem e para um novo
público. Para manter a essência dos clássicos, o estilo gráfico é todo baseado
em pixel art. De acordo com Filipe, “usar gráficos retrô é uma forma não só de
apelar para os sentimentos nostálgicos dos jogadores mais velhos, mas também de
abaixar os custos de produção e facilitar o desenvolvimento do jogo”.
Para o time da EXPRESSO Games, o grande desafio de produzir
jogos no Rio Grande do Norte atualmente, é conviver com a falta de tempo e
divulgação. “Existem poucos veículos especializados no estado, e os que existem
são pequenos e muitas vezes não estão interessados em colaborar e dar
visibilidade para iniciativas como a nossa”.
Recentemente, RailGunners obteve sucesso em sua campanha no
Steam Greenlight e deve ser lançado na plataforma principal entre o fim deste
ano e início de 2018. Mais informações sobre o jogo e a equipe de
desenvolvimento em: www.expgamestudios.com.
Por último, mas não menos importante, temos o jogo Resonance
– The Lost Score. O game seria apenas mais um no estilo plataforma, se não
fosse o fato de que para vencer as fases, você precisa usar sua própria voz!
“Várias paredes, barreiras e elementos do cenário interagem com o jogador
usando este recurso sonoro. Esta é a grande aposta do nosso projeto: unir
elementos clássicos, recursos atuais, gráficos simples e o melhor dos enigmas
combinando tudo isso”, explicou um dos desenvolvedores do projeto, Renan Santos.
A Demerara Games, time responsável pelo projeto, recebeu a
equipe do Caderno de Pauta em seu painel e além de explicar como está o
processo de desenvolvimento, discutiu as principais dificuldades que a
indústria local de games enfrenta. ”A falta de políticas públicas voltadas para
o nosso segmento prejudica muito o trabalho dos desenvolvedores. Atualmente,
existem muitas irregularidades ligadas ás políticas de software, que é defasada
e sofre com impostos indevidos. Por exemplo, apesar de produzirmos conteúdo
essencialmente digital, precisamos pagar uma série de tributos para produtos
comuns. Assim, as leis atuais acabam não considerando a produção imaterial, que
é o nosso foco. De moro geral, o sistema tributário brasileiro não facilita e
isso acaba prendendo o crescimento da indústria local” explicou Robson Marques,
que está se graduando em jogos digitais e faz parte do desenvolvimento de
Resonance.
Durante o SAGA 2017, os visitantes puderam comprar uma
versão de demonstração do jogo por 5 reais. Também é possível adquirir uma
cópia do game em: www.demeraragames.itch.io/resonance.
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