A Onda Coreana no SAGA 2017: A expansão de uma nova cultura na capital potiguar
Por Ana
Flávia Sanção
Música,
coreografia, harmonia e dedicação – esse era o conjunto de elementos que construíam
a aura e o ambiente dos fãs no K-Pop Stage do SAGA 2017. Montado com uma
estrutura especial, o palco reuniu centenas de fãs nos três dias de evento, que
se juntaram para dançar, cantar, pular, competir e, acima de tudo, se divertir
ao som dos ídolos coreanos.
O
K-Pop Stage está presente no SAGA desde o ano de 2013. A “Onda Coreana” se
expandiu e invadiu boa parte do ocidente nos últimos anos, popularizando-se não
só entre os adolescentes como também entre os jovens adultos. Jonathan Farias,
28 anos, dança K-pop há 4 anos com o grupo EX4 e se sente realizado. “O grupo
começou por amigos de escola e daí começou a criar uma paixão, que foi
aumentando e aumentando. Começamos com quatro pessoas, por isso o ‘4’. O EX vem
de explosion. De explosão, de
explosão de emoção, explosão de alegria, que é tudo que a gente quer passar
para a galera.”
Os
grupos de música pop coreana – com uma mescla de elementos da música
eletrônica, rap, hip-hop, entre outros – são formados, em sua maioria, por mais
de quatro artistas. Suas performances são dinâmicas, coloridas e agitadas.
Todos os participantes passam por um processo de trainee rigoroso feito por suas agências, com aulas de canto,
dança, música e línguas, antes de lançarem seu debut oficial.
Toda
a dedicação das bandas é espelhada pelos fãs. Não só decorando coreografias, eles
também procuram imitar seus ídolos na maneira de se vestir, no corte de cabelo
e na forma de agir. A devoção que a fanbase
deposita é bonita e prazerosa de se ver. Em três dias de SAGA, ninguém deixou seu
lugarzinho sagrado na base do palco. Sentados no chão ou em cadeiras, o fãs
passavam o dia inteiro curtindo o telão e os colegas no palco.
Num
espetáculo de música e coreografias bem ensaiadas, 12 competidores solo e mais
8 grupos se uniram no concurso de dança K-pop Stage do SAGA 2017. A expectativa
e ansiedade para as apresentações, apesar de deixarem os nervos dos
participantes à flor da pele, não atrapalharam na hora de eles subirem ao palco
e mostrarem ao público ao que vieram.
No
primeiro dia tiveram os primeiros seis solistas, que podiam tanto apresentar
sozinhos como com dançarinos de apoio. No segundo dia, os últimos seis solos
definiram a primeira parte da competição e a segunda parte foi composta pela
apresentação dos primeiros quatro grupos de dança – J.Station, Shade, Moonlight
e EX4. No terceiro e último dia, a outra metade dos grupos – F@ntasy, Snake Poison,
Break Dolls, Sweet Victory e EX4 – encerrou o concurso.
A
premiação consistia em uma quantia em dinheiro que ia de R$ 350 a R$ 50 para a
categoria solo e de R$ 900 a R$ 150 para a categoria grupos, mais troféus para
os primeiros lugares, medalhas para solo e displays para os grupos nas outras
posições.
João Fabrício Oliveira. Foto: SAGA ENTRETENIMENTO. |
Grupo Sweet Victory. Foto: SAGA ENTRETENIMENTO. |
A
segunda posição ficou com o Snake Poison, a terceiro com o F@ntasy e a quarta
com o grupo estreante no SAGA, o Moonlight.
O dinheiro foi entregue no dia, mas os troféus, medalhas e displays devem ser resgatados pelos ganhadores na loja Ovni Games, localizada no shopping Midway Mall.
Eugênia Mikaely. Foto: SAGA ENTRETENIMENTO. |
Diferentemente
do que se espera de uma competição de dança, o clima entre os competidores era
de colaboração, carinho e amizade. Muitos dos que estavam concorrendo faziam
parte de mais de um grupo, o que criava um elo entre os membros das equipes e
tornava a torcida de todos para todos. Um verdadeiro exemplo de espírito
esportivo e companheirismo.
Importância
Econômica do K-Pop na atualidade
Com
um público tão grande, não é mera coincidência que um os principais produtos
vendidos na feira pelos lojistas foram de K-pop. Colares, blusas, casacos,
máscaras, bottons, almofadas, placas
e pôsteres estavam por todos os lados do Centro de Convenções. O lojista
Jonathan Lira, dono do estande da Usina de Camisetas, reconheceu a enorme
movimentação da mercadoria. “Está saindo muito K-pop. Infelizmente eu não
trouxe nada”.
O
mercado consumidor dos produtos coreanos vem crescendo ano a ano. Segundo a pesquisa
do The Wall Street Journal em 2012, a S.M Entertainment, uma das três grandes
agências de artistas da Coréia do Sul, gastava com um integrante o valor de US$
3 milhões. Todo o investimento tem um retorno positivo para o governo, que
lucra com a exportação das mercadorias. Em 2015, ele lucrou R$ 23,23 bilhões. A indústria musical teve um crescimento de 30,7% nas exportações.
Com
um saldo tão positivo, o governo sul-coreano iniciou uma série de incentivos à
produção cultural do país, como centros mundiais de cultura coreana. O K-Culture Valley
é um deles. A construção do parque temático começou em 2016 e tem previsão para
ficar pronto em 2019. Estima-se que ele trará em torno de 5 milhões de
visitantes por ano, vindos principalmente da Ásia, de países como China e
Japão, onde a popularidade dos produtos culturais coreanos é mais alta.
K-Culture Valley. Foto: YONHAP NEWS. |
A grande quantidade de fãs e produtos à venda no SAGA foi só uma pequena parte de algo está em grande processo de ascensão.
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