“Um jogo sem arte é um jogo sem vida”
O que a criação e a direção artística significam no processo de desenvolvimento de games
POR MARIA CLARA PIMENTEL
Semelhante a um diretor de cinema, que imagina como as cenas vão acontecer, desde os elementos que compõem o cenário até a ordem em que vão figurar, o diretor de arte é aquele que se ocupa de montar toda a parte visual dos games. É quem dá vida a eles, basicamente.
Em contextos de desenvolvimento de games, o diretor de arte é, normalmente, um sujeito valorizado, já que a maioria das pessoas que se juntam para criar jogos eletrônicos têm interesse na área de programação e de partes mais técnicas, em vez de artísticas. Como é o caso da Ludum Dare 44. O evento internacional, cuja última edição foi sediada em Natal entre os dias 26 a 29 de abril, mas que conta com outros inúmeros participantes ao redor do mundo, é uma competição acelerada de desenvolvimento de games, na qual os participantes têm um total de três dias para criar um jogo sob o tema: “Sua vida é moeda”. Dentre as 26 pessoas maratonando no Sebrae Lab em função de criar games, apenas Wendell Paulino, 20, é estudante de Artes Visuais.
Cursando ainda o 1° semestre, mas já com experiência de Jammer, o natalense com sotaque paulista começou a se interessar pela criação de games na infância, pois jogar sempre foi seu hobbie favorito. Wendell só não sabia em que área desejava seguir. Quando entrou no curso de Ciência e Tecnologia foi que se deu conta de que aquilo não era o que ele queria. Então, no ano passado, embarcou em uma jornada de autoconhecimento. Visitou e assistiu algumas aulas no IMD (Instituto Metrópole Digital), que é o núcleo do Rio Grande do Norte onde foca em desenvolvimento de jogos, mas, apesar de gostar da área, programar não era algo que ele queria para a vida. Wendell sempre gostou de artes, ainda que lhe faltasse a disciplina para aprender a desenhar, portanto deu uma olhada na grade curricular de Artes Visuais e se surpreendeu com a quantidade de matérias relacionadas ao desenvolvimento de games. Então, decidiu entrar e não se arrepende.
Dentre os pontos positivos e negativos de participar de uma GameJam, o natalense aponta o cansaço como uma das maiores dificuldades. “Às vezes, você tá tão focado no seu trabalho que esquece de comer, dormir [...] Chega o último dia, tem gente que tá morta de cansaço, não consegue mais produzir, então você precisa de muita disciplina para conseguir entregar as coisas a tempo e cuidar de si mesmo”, conta. Quanto aos pontos positivos, Wendell destaca o aprendizado e o networking como as melhores contribuições. “Sempre que você começa em D.A. [Direção de Arte], você começa a pensar em coisas muito grandes”, ele relata. Portanto, quando trabalha sob pressão e possuindo um tema delimitado, precisa diminuir bastante o seu escopo e acaba aprendendo muito.
Além disso, de acordo com ele, o espaço onde os jammers maratonam, com pessoas diversas, de estilos e experiências diferentes, soma muito na competição: “Essa conversação, esse ambiente pra gente conhecer outros desenvolvedores é perfeito para aprender mais”, completa o participante.
Como estudante das Artes, Wendell considera que teve sorte de ter amigos que são da área de desenvolvimento de games, o que fez com que ele entrasse nesse mundo. É difícil ter pessoas no ambiente da música e das artes, em sua maioria, porque poucas são as que sabem da existência e da demanda dessa área: há uma grande falta de divulgação por parte dos eventos. E isso acaba trazendo uma carência muito grande para os games, pois, como disse um dos jammers na sala, apelidado de “Fofinho”, um jogo sem música é um jogo sem alma. Wendell pega essa ideia para corroborar o seu pensamento: “um jogo sem arte é, também, um jogo sem vida”. De acordo com ele, todos os setores de desenvolvimento de jogos são essenciais, cada um tem a sua importância e nenhum se sobressai aos demais.
Wendell Paulino, 20, estudante de Artes Visuais (Foto: Marcus Arboés/Caderneta Nerd) |
Semelhante a um diretor de cinema, que imagina como as cenas vão acontecer, desde os elementos que compõem o cenário até a ordem em que vão figurar, o diretor de arte é aquele que se ocupa de montar toda a parte visual dos games. É quem dá vida a eles, basicamente.
Em contextos de desenvolvimento de games, o diretor de arte é, normalmente, um sujeito valorizado, já que a maioria das pessoas que se juntam para criar jogos eletrônicos têm interesse na área de programação e de partes mais técnicas, em vez de artísticas. Como é o caso da Ludum Dare 44. O evento internacional, cuja última edição foi sediada em Natal entre os dias 26 a 29 de abril, mas que conta com outros inúmeros participantes ao redor do mundo, é uma competição acelerada de desenvolvimento de games, na qual os participantes têm um total de três dias para criar um jogo sob o tema: “Sua vida é moeda”. Dentre as 26 pessoas maratonando no Sebrae Lab em função de criar games, apenas Wendell Paulino, 20, é estudante de Artes Visuais.
Cursando ainda o 1° semestre, mas já com experiência de Jammer, o natalense com sotaque paulista começou a se interessar pela criação de games na infância, pois jogar sempre foi seu hobbie favorito. Wendell só não sabia em que área desejava seguir. Quando entrou no curso de Ciência e Tecnologia foi que se deu conta de que aquilo não era o que ele queria. Então, no ano passado, embarcou em uma jornada de autoconhecimento. Visitou e assistiu algumas aulas no IMD (Instituto Metrópole Digital), que é o núcleo do Rio Grande do Norte onde foca em desenvolvimento de jogos, mas, apesar de gostar da área, programar não era algo que ele queria para a vida. Wendell sempre gostou de artes, ainda que lhe faltasse a disciplina para aprender a desenhar, portanto deu uma olhada na grade curricular de Artes Visuais e se surpreendeu com a quantidade de matérias relacionadas ao desenvolvimento de games. Então, decidiu entrar e não se arrepende.
Dentre os pontos positivos e negativos de participar de uma GameJam, o natalense aponta o cansaço como uma das maiores dificuldades. “Às vezes, você tá tão focado no seu trabalho que esquece de comer, dormir [...] Chega o último dia, tem gente que tá morta de cansaço, não consegue mais produzir, então você precisa de muita disciplina para conseguir entregar as coisas a tempo e cuidar de si mesmo”, conta. Quanto aos pontos positivos, Wendell destaca o aprendizado e o networking como as melhores contribuições. “Sempre que você começa em D.A. [Direção de Arte], você começa a pensar em coisas muito grandes”, ele relata. Portanto, quando trabalha sob pressão e possuindo um tema delimitado, precisa diminuir bastante o seu escopo e acaba aprendendo muito.
Além disso, de acordo com ele, o espaço onde os jammers maratonam, com pessoas diversas, de estilos e experiências diferentes, soma muito na competição: “Essa conversação, esse ambiente pra gente conhecer outros desenvolvedores é perfeito para aprender mais”, completa o participante.
Como estudante das Artes, Wendell considera que teve sorte de ter amigos que são da área de desenvolvimento de games, o que fez com que ele entrasse nesse mundo. É difícil ter pessoas no ambiente da música e das artes, em sua maioria, porque poucas são as que sabem da existência e da demanda dessa área: há uma grande falta de divulgação por parte dos eventos. E isso acaba trazendo uma carência muito grande para os games, pois, como disse um dos jammers na sala, apelidado de “Fofinho”, um jogo sem música é um jogo sem alma. Wendell pega essa ideia para corroborar o seu pensamento: “um jogo sem arte é, também, um jogo sem vida”. De acordo com ele, todos os setores de desenvolvimento de jogos são essenciais, cada um tem a sua importância e nenhum se sobressai aos demais.
Parabéns Maria Clara, texto super bem redigido. Amei! E parabéns Caderneta Nerd pela matéria. Muito bom divulgar as demandas e oportunidades de mercado, principalmente aos jovens que ainda estão indecisos na carreira a seguir.
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