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Jurassic World: Reino Ameaçado - Crítica

Por Léo Figueiredo



Com o sucesso estrondoso do primeiro filme, lançado em 2015, Jurassic World conquistou o público por tentar resgatar a nostalgia e encanto do clássico de Steven Spielberg, pelos dinossauros (aqui com a capacidade de se tornarem mais verossímeis graças ao avanço da computação gráfica) e à ação determinada pela ameaça devastadora da Indominus Rex. Ainda que não possuísse um roteiro perfeito, o precursor da nova trilogia jurássica arrecadou mais de 1 bilhão na bilheteria mundial.

Três anos depois, desta vez sob a direção de J. A. Bayona, o segundo capítulo desta jornada tenta trazer uma nova roupagem para a franquia; uma oportunidade de fazer com que os novos filmes não se apoiem mais nos antigos. Infelizmente, algumas comparações permanecem inevitáveis. 


Jurassic World: Reino Ameaçado tem início com uma abordagem ambiental. O vulcão da ilha Nublar está na iminência de entrar em erupção e colocar em risco a existência dos dinossauros do parque abandonado. Algumas pessoas são a favor de deixar os animais morrerem (caso de Ian Malcolm, retorno de Jeff Goldblum), enquanto Claire (Bryce Dallas Howard) lidera uma ONG que defende a extração dos bichos antes que a ilha exploda. 

A ilha Nublar está prestes a explodir.
No entanto, apenas aqui os fãs ficam sabendo que John Hammond tinha um parceiro de pesquisas genéticas, Benjamin Lockwood, que envia ao encontro de Claire o visionário Eli Mills. O objetivo de Lockwood é resgatar o máximo de espécimes possível para levá-las a um novo lar, distante de toda a civilização. Claire, por ter sido diretora do parque, lidera a equipe de resgate e recruta Owen (Chris Pratt) para encontrar Blue, a única Velociraptor que ainda está viva. 

O novo rumo que J. A. Bayona traz para Reino Ameaçado é uma miscelânea de coisas já vistas nos predecessores. O diretor, que se consagrou no gênero terror com O Orfanato (2007) e que não fez feio em dramas como O Impossível e Sete Minutos Depois da Meia-Noite, tira do baú o desespero e aflição que Spielberg trouxe ao longa de 1993. Cenas do núcleo humano tentando sobreviver à erupção do vulcão (detalhe para o plano-sequência claustrofóbico na esfera de vidro) e buscando escapar do novo super dinossauro no clímax, evocam situações dos primeiros Jurassic Park. A trilha sonora, por sua vez, segue por outro caminho, esquecendo-se um pouco da melodia original de John Williams e direcionando-a para um teor mais épico e assustador. Isso tudo, dependendo do ponto de vista, não é necessariamente ruim.


Reino Ameaçado traz outro super dinossauro.

Há cenas com dinossauros que também extraem comoção do público, o que realça a interação entre o elenco humano. Porém, isso não camufla o fato de que a franquia Jurassic World ainda precisa aprofundar mais seus personagens e eximi-los de contextos previsíveis. A própria estrutura do roteiro precisa trabalhar melhor questões de subtramas – os alívios cômicos também, principalmente – e o pessoal da publicidade tem que aprender a não colocar momentos importantes nos trailers. Quase não sobraram surpresas na exibição.

Jurassic World: Reino Ameaçado teve uma receptividade mediana das críticas, embora já tenha alcançado 1 bilhão na bilheteria internacional em menos de um mês em cartaz. Ao tentar fazer com que o filme andasse com as próprias pernas, J. A. Bayona provou que a franquia pode ganhar novas perspectivas e, além disso, abriu um rumo curioso para o futuro. A saga mais famosa de dinossauros do cinema ganha mais força e mais seguidores para a aventura seguinte, fazendo relembrar que o sucesso é, afinal, a marca registrada do seu legado. 

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