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O humor ríspido de Bruno Sutter

Por Germano Freitas
Foto: Equipe Grupert
Mesmo não sendo a principal atração da primeira noite do SANA 2018, Bruno Sutter era bastante esperado pelo público. Humorista e músico, ficou conhecido dentro do programa Hermes e Renato, na MTV Brasil, principalmente pela performance como o personagem Detonator, vocalista na banda Massacration  projeto que chegou a lançar um CD em 2005 e fazer shows pelo país.

Na carreira de humorista, ele começou com Hermes e Renato, programa que fazia com seus amigos, onde não continha restrições a palavras de baixo calão e gostava de fazer sátira à programação (real ou fictícia) de outras emissoras. O programa fez sucesso e ficou no ar de 1999 a 2009. Sua carreira musical existia ainda antes do programa de humor: já cantava em estabelecimentos em 1998. Após decolar com a banda Massacration, Bruno já foi eleito duas vezes o melhor vocalista de heavy metal do Brasil, em votação popular no site Whiplash.net.

Atualmente, Sutter é um dos jurados do programa Canta Comigo, transmitido pela TV Record; fez a terceira música de encerramento do anime Dragon Ball Super, trabalho realizado com a indicação do amigo pessoal e famoso dublador brasileiro Wendel Bezerra. Além disso, ele também apresenta o programa Bem Que Se Kiss, na rádio KissFM.

Bem humorado, sua coletiva de imprensa contava com piadas antes mesmo de começar: “Enquanto a gente espera, eu vou mandar um vídeo para minha mãe, [gravando com o celular] ‘Oh, mãe! Eu estou aqui em Fortaleza, fazendo uma coletiva de imprensa! Aqueles negócios que nem jogador de futebol em Copa do Mundo? [vira a câmera para mostrar os jornalistas] Viu onde seu filho chegou? Lembra que você me chamava de ‘seu merda’? Obrigado pelo incentivo”.

Como humorista, Bruno faz parte de uma geração que surgiu e cresceu acostumada à falta de limites, despreocupada com atingir outros. Mas mesmo com o atual cenário, ele não perdeu o jeito: “Ainda falo muita merda, agora mesmo estava aqui falando com vocês”. Para ele existe um exagero do “politicamente correto” e uma fiscalização sobre humoristas, mas isso deve passar e melhorar com o tempo; ele mesmo frisa que o comediante deve usar daquilo que tem acesso para fazer o seu trabalho, e que se adaptar é importante.

No meio da coletiva de imprensa, Bruno Sutter se caracterizou e personificou o seu personagem mais famoso. Foto: Equipe Grupert
O personagem mais famoso de Bruno Sutter é o Detonator e muito se pergunta sobre ele, por isso o intérprete gosta de se separar da sua personificação: “Eu sou uma pessoa e o Detonator é outra”. Segundo ele, a personalidade vem da mistura de pessoas como Kiko, do Chaves, e Donald Trump. 

Quando fala sobre sua forma de criação, Bruno cita o processo usado para o álbum “Metal Folclore: The Zoeira Never Ends”, no qual a inspiração foram as bandas de metal europeu, que sempre usam de seu folclore e misticismo nas músicas. Para o disco em questão, ele fez questão de usar figuras da cultura e folclore brasileiro como o Saci, a Cuca e a Mula Sem Cabeça.

Em meio à coletiva de imprensa, saiu Bruno Sutter e veio Detonator, que deveria ser chamado por “Senhor Doutor” e fez questão de ter uma salva de palmas para sua entrada. Assim, a entrevista seguiu falando sobre o cenário do metal brasileiro, como é importante que os fãs vão à escola e socializem, “para conhecer outros metaleirinhos e deem força ao movimento que anda fraco”. Ainda, Detonator reforçou a importância da escola como formação de pessoas capazes e que devemos viver conforme nossa idade: “Tem de estudar e focar nisso. Pode namorar, mas sexo só depois dos 18 anos”. 

Para o show do SANA 2018, primeiro subiu ao palco Bruno Sutter, que cantou clássicos do heavy metal, como Fear of the Dark, do Iron Maiden, entre músicas autorais. Em seguida, surgiu a personalidade Detonator, cantando também músicas autorais e interagindo com a plateia de forma irreverente e cômica, como o personagem sempre faz.

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