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Kingsman: O Círculo Dourado - Crítica

Por Douglas Lucena


Dois anos após o lançamento do primeiro filme da franquia, Kingsman: O Círculo Dourado (The Golden Circle) chegou às telonas com a mesma missão de qualquer outro filme de sequência: superar seu antecessor. E não era lá um objetivo tão fácil de se cumprir, já que o primeiro filme, Kingsman: Serviço Secreto, foi um sucesso com 74% de aprovação no Rotten Tomatoes.

A fórmula usada por Matthew Vaughn para fazer O Círculo Dourado é a mesma que ele usou no primeiro filme: cenas de ação brilhantemente executadas e enfeitadas, um humor sexista e estereotipado, a maneira como acontecem os eventos, um supervilão (neste caso, supervilã, e cá entre nós, que supervilã!) com planos monumentalmente bem-intencionados (e genocidas no mesmo grau de comparação) e, claro, perdas de pessoas queridas para o lado dos mocinhos.


E é aí que o filme peca. Kingsman 2 baseia-se quase que completamente em seu antecessor, reaproveitando elementos marcantes e multiplicando o elenco. O longa até tenta nos apresentar algo novo, com a descoberta da Statesman, a agência de espionagem secreta dos Estados Unidos, mas o desenvolvimento dos novos personagens é demasiado raso e não nos cativa tanto quanto os agentes ingleses. Grandes nomes do elenco, como Channing Tatum e Halle Berry, são jogados de lado e nunca ficam muito tempo em cena. Entretanto, aqui é válido destacar a atuação do grande Pedro Pascal no papel do Agente Whiskey, que resolve todos os problemas à base do laço.


Isso nos traz a um dos pontos altos do filme: as cenas de ação. Apesar de não termos uma cena tão fantástica quanto à icônica cena da igreja, em Serviço Secreto, Matthew apostou em diluí-la em várias boas cenas no decorrer do longa. O resultado é satisfatório e o 3D é muito bem justificado, closes e ângulos realmente de tirar o chapéu. Aqui vale os aplausos para a cena na qual Eggsy (Taron Egerton) e Harry (Colin Firth) invadem a Poppyland, lutando contra diversos capangas.


O que nos leva a outro ponto alto do filme: a supervilã Poppy. Com uma atuação para crítico nenhum botar defeito, Julianne Moore executa com perfeição o papel da Poppy, a típica multimilionária megalomaníaca sedenta pela fama, chefe da agência criminosa Círculo Dourado e que ainda faz hambúrgueres deliciosos! A ambientação do esconderijo no maior estilo Westworld (misturando o antigo com a alta tecnologia) com a doçura da caracterização da personagem à la dona de casa dos anos 1950 ficou impecável. E não podemos esquecer da participação do grande Elton John, que ganhou mais destaque do que alguns atores.


No fim, Kingsman: O Círculo Dourado é um bom e divertido filme, com boas piadas e incríveis cenas de ação. Mas é só. Por se prender muito ao primeiro longa, seu conteúdo é raso e os novos personagens são muito mal explorados e aproveitados. Ele não consegue ser melhor que seu antecessor e nem tão bom quanto, porém se sustenta e vale o ingresso. Mas uma coisa é certa: se houver um terceiro filme, será necessário muito mais do que “repetir a dose” e trazer personagens mortos de volta à vida.

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