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Mortal Kombat: 25 anos

O legado de um dos mais famosos jogos de luta 

Por Douglas Lucena e Leonardo Figueiredo


Quem viveu sua juventude na década de 1990, época em que redes sociais não existiam e ter computador era “coisa de rico”, certamente desfrutava parte do seu entretenimento indo a uma locadora de videogame. Ao chegar lá e ficar diante de um amontoado de opções tentadoras, era quase certo (assim como 1+1 é igual a 2) encontrar na prateleira um jogo cuja capa era um dragão negro com chamas ardentes enaltecendo sua silhueta.


Sim, era questão de honra que uma locadora tivesse em seu estoque pelo menos uma cópia de Mortal Kombat, jogo que conquistou a garotada por despertar e aguçar o imaginário e, principalmente, pelo espetáculo visual que os movimentos brutais dos personagens proporcionavam enquanto digladiavam com seus adversários. Em 2017, o mês de outubro marca o aniversário de 25 anos do game. E nós do Caderneta Nerd, que também tivemos a oportunidade de jogá-lo no passado (às vezes até hoje), teceremos os altos e baixos que a franquia detém em seu histórico. 

Jogos eletrônicos


O universo de Mortal Kombat teve início em agosto de 1992 com o lançamento do primeiro título para as máquinas arcades. Em 1993 e em 1995, foram lançados respectivamente seus sucessores, Mortal Kombat II e Mortal Kombat 3. Ambos trouxeram melhorias consideráveis, tanto em questão de gráficos quanto em questão de elenco. É válido salientar que esse último título ainda recebeu duas DLCs: Ultimate Mortal Kombat 3, que aumentava o número de personagens e aperfeiçoava a jogabilidade, e Mortal Kombat: Trilogy, que unia todos os personagens da franquia até então.

Os jogos foram um sucesso de vendas e consumo. Em 1997, o Mortal Kombat 4, lançado para Nintendo 64, PlayStation, Windows e Arcades, revolucionou a franquia, trazendo modelagens e desenvolvimento em 3D. Mais tarde, em 1999, o jogo ainda recebeu uma atualização, intitulada Mortal Kombat Gold, exclusivo para Dreamcast. Ainda em 1997, foi lançado para PlayStation e Nintendo 64, o primeiro jogo spin-off single-player da franquia, intitulado Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero, o qual tinha o próprio Sub-Zero como protagonista.

Em 2000, dado o sucesso do primeiro, a Midway Games deu continuidade à serie single-player, lançando o Mortal Kombat: Special Forces, desta vez exclusivo para PlayStation, porém o protagonista da vez é o Jax. Em 2002, a série de jogos passou a ser exclusiva dos consoles caseiros, dada a decadência das máquinas de arcade. Mortal Kombat: Deadly Alliance foi o primeiro título dessa nova era, lançado para PlayStation 2, Nintendo GameCube e Xbox, sendo ainda relançado duas vezes, em 2003, para Game Boy Advance, sob os títulos Mortal Kombat: Tournament Edition e Mortal Kombat: Deadly Alliance.


Em 2004, os consoles Playstation 2, Nintendo GameCube e Xbox, recebiam o Mortal Kombat: Deception, que mais tarde recebeu o nome de Mortal Kombat: Unchained, em sua versão para PSP (PlayStation Portable), ganhando inclusive mais 4 personagens extras. Em 2005, era lançado o terceiro jogo spin-off de aventura da franquia, intitulado Mortal Kombat: Shaolin Monks, para PlayStation 2 e Xbox, agora com dois protagonistas, Liu Kang e Kung Lao. Mortal Kombat: Armageddon foi lançado em 2006 para PlayStation 2 e Xbox e relançado em 2009 para Nintendo Wii.

Um dos fatalitys do jogo clássico.

Lançado para Xbox 360 e PlayStation 3, o oitavo game da franquia foi um crossover com os personagens da DC Comics, e ficou intitulado como Mortal Kombat vs. DC Universe. E em 2011, após a Warner Bros. adquirir a Midway Games Chicago e renomeá-la como NetherRealm Studios, a franquia recebeu um reboot, retornando aos eventos do primeiro jogo, lançado em 1992. Assim, o nono jogo da série recebeu apenas o título Mortal Kombat. Ele foi lançado para Xbox 360 e PlayStation 3 e relançado mais tarde para PS Vita.

O Mortal Kombat: Arcade Kollection, lançado em 2011, foi uma compilação das versões originais para arcade da série Mortal Kombat (1992), Mortal Kombat II (1993) e Ultimate Mortal Kombat 3 (1995). Ele foi lançado para PlayStation 3, Xbox 360 e para Windows, através da plataforma digital da Steam. Já o Mortal Kombat: Komplete Edition, lançado em 2012, foi uma DLC do reboot Mortal Kombat, o qual adicionava um novo modo de jogo, novos itens e conteúdo personalizado.

Em 2015, veio o tão aguardado Mortal Kombat X, que logo se tornou um grande sucesso comercial, tendo mais de 5 milhões de cópias vendidas. Sendo considerado por Ed Boon, um dos criadores da franquia, como “o maior lançamento da história da série”, Mortal Kombat X ganhou diversos prêmios de “melhor jogo de luta”, incluindo os atribuídos pela IGN, Game Informer, D.I.C.E Awards e The Game Awards 2015. Recentemente, em março de 2016, o jogo recebeu uma atualização intitulada Mortal Kombat XL, a qual adiciona personagens extras e fatos alternativos, além de melhorias visuais.


Enfim, qual o grande forte dos jogos? Mortal Kombat poderia ser apenas mais um jogo de luta dentre tantos outros, se não fosse o incrível diferencial dos chamados “fatalities”. Um fatality pode ser executado após o fim de cada luta com a sequência certa nos botões do controle. E não para por aí: existem algumas (muitas) variações do fatality, como brutality, babality, animality e, por incrível que pareça, até um friendship. Cada um desses especiais é um show visual banhado de muito sangue e violência, fora que cada personagem possui um fatality diferente, ou seja, a diversidade dos movimentos é muito ampla. Mortal Kombat é, definitivamente, uma parada obrigatória para fãs de games de luta.

Filmes e Séries 

Se atualmente é comum adaptar histórias de quadrinhos para as telonas, nos anos 90 a indústria foi seduzida pela onda de transportar os games para o âmbito da sétima arte. E foi dessa forma que em 1995 estreou Mortal Kombat: O Filme (que contou no elenco com a presença de peso do ator Christopher Lambert, astro de Highlander), dirigido por Paul W. S. Anderson – cineasta que, coincidentemente, também adaptou para o cinema a série Resident Evil. O longa recebeu excelentes críticas, o que, por conseguinte, gerou Mortal Kombat 2: A Aniquilação em 1997, com o roteiro voltado para a trama do terceiro jogo da saga. A continuação foi um verdadeiro fiasco e embora existisse planos para uma terceira parte, o projeto foi engavetado para todo o sempre. 

Elenco do filme de 1995
Porém, esse não foi o único fracasso da franquia. Em 1996 foi lançado o desenho Mortal Kombat: Defensores da Terra, que na tv aberta brasileira foi exibido pela Record. Basicamente, a animação dá prosseguimento ao enredo do primeiro filme, mostrando os personagens lutando contra o tirânico Shao Kahn. A obra não foi bem recebida e, assim como o segundo filme, entrou para a lista das coisas mais ridículas do universo da série, tendo durado apenas uma temporada. 

Em seguida, em 1998, sem uma previsão do retorno de MK aos cinemas, lançaram a série Mortal Kombat: A Conquista, que no Brasil foi exibida abertamente no SBT. A trama tinha Kung Lao como protagonista e do mesmo modo que ocorreu com o desenho, o seriado durou uma temporada.

Somente em meados de 2010, o criativo Kevin Tancharoen publicou no YouTube um curta-metragem desenvolvido por ele, o Mortal Kombat: Rebirth. O curta foi aclamado pelos fãs e pela imprensa, e Tancharoen revelou que tinha a intenção de exibir o vídeo para a Warner Bros., na esperança de conseguir a aprovação de dirigir um novo longa da saga. Devido à qualidade do material e ao arrebatador entusiasmo do público, a Warner concedeu a Tanchareon a chance de produzir Mortal Kombat: Legacy, websérie com 9 episódios de 10 minutos e duas temporadas.

Contemple a seguir os méritos de Mortal Kombat: Rebirth



A herança de Mortal Kombat é vasta e a tendência é que todos os atributos da série sejam aperfeiçoados e superados com o decorrer do tempo e o desenvolvimento da tecnologia. Apesar de sempre relembrar o passado, a meta da franquia é apontar para o futuro. E aqueles jovens que cresceram nas locadoras de videogame são gratos pelo que viveram e pelos avanços que o jogo ainda tem a contribuir. 

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