UFRN: The Videogame
IMD desenvolve jogo de
MMORPG ambientado na universidade
Por Douglas Lucena e Leonardo Figueiredo
Um sistema com inteligĂȘncia
artificial é criado dentro das instalaçÔes da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) e se rebela contra os humanos, invadindo toda a rede de
computadores do campus. Para piorar a situação, ele cria hologramas que podem
se transformar em qualquer coisa e os distribui pelos setores da universidade.
Cabe a um grupo de alunos, a ResistĂȘncia, lutar contra essa mĂĄquina
ensandecida.
Essa Ă©, basicamente, a trama de UFRN: The Videogame, jogo que Ă© fruto de
um projeto do Instituto MetrĂłpole Digital (IMD). Desenvolvido no maior estilo
MMORPG, o game atualmente encontra-se jĂĄ em fase de teste, e durante a Cientec
2017, que ocorreu no final de outubro, os visitantes que passaram pelo estande
11 puderam ter uma primeira experiĂȘncia com o projeto.
Esse estilo “casou” muito bem com
o objetivo geral do jogo: assim como no RPG, em que temos classes, atributos e
missÔes, UFRN: The Videogame nos
apresenta o campus em seu formato real de maneira totalmente dinĂąmica,
pontuando as ĂĄreas de conhecimento, tais quais ciĂȘncias exatas, humanas e
biolĂłgicas, atribuindo poderes ao jogador Ă medida que assimila novos conteĂșdos
e os funde, permitindo assim a continuidade da histĂłria de acordo com a linha
de conhecimento que vocĂȘ escolheu.
Charles Madeira, 41, professor do
IMD e um dos principais coordenadores do projeto, descreve um pouco mais das
caracterĂsticas do jogo: “ApĂłs modelarmos toda a estrutura do campus e seus
prédios, entramos numa fase de modelamento das missÔes. Como muitos alunos
entram na UFRN sem saber praticamente nada sobre seus cursos, isso acaba por
incidir na taxa de evasão. Com as missÔes, nós pretendemos levar esse
conhecimento aos alunos de uma maneira divertida.”
O professor ainda relata que os feedbacks tĂȘm sido muito interessantes,
uma vez que foi solicitado que cada jogador preenchesse um questionĂĄrio ao
final da experiĂȘncia. Com aproximadamente uma dezena de alunos na sua equipe
atualmente, tanto de graduação quanto de pós, Charles diz que cada um tem uma
função para tornar o jogo possĂvel e enfatiza, com o orgulho, que os usuĂĄrios
nĂŁo precisarĂŁo pagar para jogar. “Nosso objetivo aqui nĂŁo Ă© o financeiro, e sim
uma contribuição social.”
Sobre o jogo
A jogabilidade remete muito ao estilo do jogo League of Legends, principalmente a
parte de movimentação do personagem, uma espĂ©cie de “click to walk”, ou em
portuguĂȘs “clicar para andar”. No decorrer da histĂłria, vocĂȘ vai derrotando os
hologramas inimigos (uma espĂ©cie de “minions”, tambĂ©m como no LoL), completando
missÔes e ganhando itens equipåveis. Esses itens aumentam seus status, como
dano e vida. Ao adquirir determinados conhecimentos, vocĂȘ ganha habilidades que
também alteram o status de seu personagem.
O Caderneta Nerd experimentou a jogabilidade de UFRN: The Videogame |
Por exemplo, ao aprender
informaçÔes sobre a ĂĄrea das ciĂȘncias biolĂłgicas, o jogador pode selecionar “skills”
que o ajudam em combate, seja aumentando sua regeneração de vida, a própria
vida mĂĄxima em si ou diminuindo o dano recebido dos inimigos.
O sistema de combate ainda Ă©
bastante simplĂłrio. Mesmo com a existĂȘncia das skills, elas se tornam um tanto quanto
dispensĂĄveis jĂĄ que a arma que encontramos e equipamos no inĂcio da histĂłria Ă©
suficiente para destruir os hologramas. A personalização e o ambiente visual do
jogo também deixam a desejar. Na tela de criação de personagem, o måximo que
podemos fazer Ă© escolher entre dois modelos de camisa/calça/tĂȘnis e alterar
suas cores. JĂĄ o design do ambiente Ă© extremamente simples, sem muitas
texturas, sombras ou qualquer outro atributo que torne o jogo bonito. Ă
basicamente a modelagem colorida do terreno da universidade.
O futuro
Apesar do tom simples e o fato do
jogo ainda estar em fase de desenvolvimento, Charles acredita em um futuro
promissor para UFRN: The Videogame.
Segundo ele, a previsĂŁo Ă© de que o jogo esteja disponĂvel para download
gratuito no primeiro semestre de 2018 e garante que atualizaçÔes estão por vir.
A ideia é que sejam feitos eventos dentro do próprio jogo, além de mudanças
visuais e de jogabilidade. Fora que, além de ajudar os estudantes que jå são
alunos da universidade, o projeto, em seu modo multiplayer online, também englobarå alunos de ensino médio que
almejam um curso superior.
Projetos como esse atiçam a
imaginação dos jogadores e evidenciam que os universitårios potiguares possuem
potencial de nĂŁo apenas criarem passatempos capazes de trazer um bom
divertimento, mas também - e principalmente - desenvolver obras dignas de serem
chamadas de legĂtimas ficçÔes-cientĂficas.
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