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Thor: Ragnarok - Crítica

Por Luiz Gustavo Ribeiro 



Finalmente o verdadeiro Deus do Trovão apareceu no Universo Cinematográfico da Marvel. Diferente dos dois filmes anteriores, Thor: Ragnarok inova ao assumir uma postura de filme de comédia com pitadas de ação e aventura, no melhor estilo do diretor Taika Waititi.

O roteiro do filme segue o desenvolvimento padrão dos outros filmes da Marvel, com a famosa fórmula do herói e todos seus momentos. A Marvel manteve seu padrão com momentos previsíveis e aquela sensação de que você já sabe o que vai acontecer, sem muitas surpresas. O diferencial do longa é a função desempenhada pelos personagens; eles foram muito bem encaixados na trama, até mesmo os de apoio que não fazem muito pela história.


Visualmente, Thor: Ragnarok é muito semelhante aos dois filmes dos Guardiões da Galáxia, além das muitas referências e homenagens ao estilo de Jack Kirby em Sakkar. Os destaques são os  designs dos objetos e móveis, a intensa presença das cores vibrantes que remetem a alegria, os figurinos e os efeitos visuais como um todo. Tudo isso contribui para a mudança de tom, algo que já era esperado devido aos materiais de divulgação. 


Desta vez, Chris Hemsworth pôde fazer o que faz de melhor, a comédia. Desde os movimentos corporais até às falas no tempo certo, na primeira cena do longa, o ator já mostra a leveza e comicidade que o Deus do Trovão apresentaria. Na ação, Thor apresenta novos movimentos, como utilizar o Mjolnir de formas diferentes, e poderes que não tinham sido vistos nos filmes anteriores, a Marvel finalmente libertou o grande poder do herói - deixando a entender que o personagem ainda será bem aproveitado nos próximos filmes. Quem também deve ser bem utilizado nos próximos anos é o Hulk (Mark Ruffalo). O gigante verde se adequa ao tom do filme, se tornando mais cômico e deixando de lado a cara fechada. Pelo visto, após a Era de Ultron, o herói se libertou e deixou de ser só o tanque da equipe, que destrói tudo pela frente. Em relação ao visual do personagem é perceptível o avanço, logo, está cada vez mais semelhante aos traços físicos do ator que o interpreta.


Hela (Cate Blanchett) e Grão Mestre (Jeff Goldblum) são dois pontos positivos na trama, porém mereciam mais minutos de destaque. A vilã é cruel, mas não é ameaçadora. Cate Blanchett encontrou o tom da personagem e conseguiu entregar uma performance marcante e certamente é uma das melhores atuações entre os vilões do universo. O Grão Mestre foi um diferencial no filme, personagem carismático e original, apesar das tantas cenas de Sakkar - e foram muitas, até demais - não apareceu tanto quanto os fãs esperavam. Para quem acredita que Thor: Ragnarok  não teve muitas brechas para o futuro da Marvel, basta observar um pouco mais para Loki (Tom Hiddleston), mais uma vez o personagem esbanjou seu carisma nas telas, tal feito o colocaram em uma nova posição, desta vez como um legítimo anti-herói que promete para o futuro. Segundo notícias recentes, a Valquíria (Tessa Thompson) seria a Han Solo da Marvel para Taika Waititi. Acredito que só pra ele mesmo. Apesar de ser uma personagem forte, com uma boa história e bons diálogos, Valquíria não é nada de extraordinário para tamanha comparação. Tessa Thompson consegue fazer uma personagem interessante e agradável, tudo em seus limites e proporções.



Apesar de muitas qualidades, o filme apresenta algumas falhas notáveis, como a falta de uma explicação mais complexa sobre a origem da vilã Hela. Além disso, a tentativa de formar uma nova equipe não flui muito bem. Thor, Loki, Valquíria e Hulk não vigoram em conjunto, sem contar com Heimdall (Idris Elba), e em nenhum momento é visto cenas de equipe como em filmes anteriores da Marvel. Outro ponto que dividirá os fãs é o excesso de comédia, apesar do tempo certo, na maioria das vezes, a mudança brusca do tom pode soar como estranho para os mais conservadores e fãs de Thor nos quadrinhos. A liberdade do roteiro fez com que em momentos mais sérios os personagens saíssem do eixo do que era proposto e tratado: seja em momentos drámaticos ou cômicos, Chris Hemsworth estava com a mesma despreocupação - sem comentários para a falta de explicação de Thor ter desistido de procurar as Joias do Infinito tão naturalmente.


Em síntese, apesar de todos os entrelaços da história, Thor: Ragnarok traz o verdadeiro poder de um dos heróis mais aclamados de todos os tempos. Talvez a fórmula Marvel esteja começando a se desgastar, mas é evidente que esse filme foi o mais arriscado da trilogia, com novo tom - e por que não dizer, novo gênero? Na verdade, este filme representa uma nova fase na Marvel, muitos personagens tem potencial para serem aproveitados e com certeza o Universo Cinematográfico da Marvel ainda tem muitas cartas na manga para o futuro.

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