A Morte do Superman - Crítica
Por Douglas Lucena
Anunciada
na San Diego Comic Con de 2017 em comemoração dos 80 anos de Superman, a DC Entertainment e a Warner Bros. Animation lançaram, mês passado, a adaptação de um dos
arcos mais famosos do Homem de Aço: A
Morte do Superman.
A
morte do símbolo da esperança já tinha sido adaptada anteriormente em 2007,
porém esse novo trabalho concede um olhar totalmente reimaginado ao grande
herói e apresenta, com maestria, o peso e a dor de sua partida tão inesperada.
Também, não era para menos, já que o roteiro do filme é assinado pelo Peter Tomasi, quadrinista responsável
pelo Clark Kent na fase Rebirth das
HQs.
No novo longa animado, temos um ser
aparentemente criado unicamente para a destruição, viajando pelo universo em
uma espécie de espaçonave-asteróide, enquanto no planeta Terra temos um
Superman em um drama pessoal com sua namorada, Lois Lane. As animações da DC,
desde 2014 com o lançamento de Liga da
Justiça: Guerra, fazem parte de um mesmo universo, respeitando-se
acontecimentos passados e estabelecendo uma cronologia entre eles. Devido a
isso, chamamos a atenção dos leitores para um ponto de extrema relevância
levantado pela crítica dos nossos amigos do site Omelete: “[...] Por se tratar
de uma narrativa até então baseada em quadrinhos recentes, a trama não segue o
material base com perfeição, mas o que poderia se tornar um problema é, na
verdade, uma vantagem.”
O
filme resgata o super-heroísmo puro e simples dos quadrinhos clássicos: a
alternância entre cenas de luta e dramas pessoais são marca registrada,
principalmente quando diz respeito à relutância do último filho de Krypton em
revelar sua identidade secreta à sua parceira amorosa. Dentro desse ponto,
ainda podemos destacar o personagem do Flash que, além de servir como alívio cômico,
ainda aconselha o Superman sobre relacionamento com o exemplo do seu próprio
matrimônio.
Além
do já citado Velocista Escarlate, os outros personagens da Liga da Justiça
também se fazem presentes no longa, e a participação de cada um é essencial para
o desenvolvimento da história. Mulher-Maravilha, Batman, Lanterna Verde,
Aquaman, Ciborgue, Caçador de Marte e Gavião Negro, cada um tem tempo de tela
suficiente para mostrar a dimensão de suas forças quando o Apocalipse chega com
seu rastro de destruição à Metrópolis.
A
melhor cena da animação é exatamente aquela prometida no título. A trilha
sonora emocionalmente impactante, unida do tom solene e a variação de
enquadramentos para a representação da gravidade da morte do maior herói da DC
Comics entrega aos fãs todo o sentimento que eles esperam, desde o último
suspiro do kryptoniano nos braços de sua amada, até o vento batendo em sua capa
rasgada.
Sobre
pontos negativos, o único realmente relevante foi a inexistência de uma
história para o vilão. Apocalipse simplesmente chega à Terra e começa a
destruir, sem nenhum objetivo aparente e motivado por absolutamente nada.
Evidente que os fãs conhecem sua história dos quadrinhos pois já o leram, porém
o pecado do “explicar uma mídia com outra” cometido com certa frequência de uns
tempos para cá em relação à filmes e obras adaptadas, continua sendo uma
situação bem incômoda.
Com
três cenas pós-créditos e diversas dicas ao longo da animação, a DC emplaca
mais um filme animado com sucesso, nos dando uma prévia e mostrando o que
podemos esperar da sequência O Retorno do
Superman, arco previsto para ser adaptado no início de 2019.
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