Mamma Mia: não apenas mais uma vez e sim para sempre
Por Evandro Ferreira
Em 1974 o grupo musical formado por Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad vencia o Festival Eurovisão da Canção com a música Waterloo, a balada pop fazia referência à histórica batalha de mesmo nome perdida pelo Imperador francês Napoleão Bonaparte. E com uma canção atemporal é que começava assim a longa história de sucesso do grupo ABBA - cujo nome é uma junção das iniciais do nome de cada um dos componentes da banda.
Essa história, que tem 46 anos, ainda sobrevive no imaginário e no ritmo de diversas pessoas mundo afora. A prova disso são os vários produtos midiáticos derivados das adaptações das letras da banda, sendo um dos mais notáveis o filme Mamma Mia - baseado em um musical de 1999, escrito por Catherine Johnson.
Com um hiato de dez anos desde lançamento do longa-metragem Mamma Mia! (2008), chega ao cinema mundial a continuação da história de Donna Sheridan. Para o delírio de vários fãs no mundo todo, o segundo filme já se encontra nas telonas, sendo intitulado de Mamma Mia: Lá Vamos Nós De Novo!
(A partir de agora o texto pode conter leves spoileres)
Temos aqui um dos primeiros pontos negativos: a impressão que se tem é de ser preciso ver o primeiro filme da sequência para entender a narrativa geral do segundo. Embora as músicas e as micronarrativas consigam dar um certo nível de sustentação para a história, é perceptível a sensação de necessidade de se conhecer o todo.
No entanto, um dos acertos demonstrados ao longo dos 114 minutos de arte é o roteiro, que não deixa a desejar no sentido de ter dado uma outra dimensão ao que foi apresentado em 2008. Piadas inteligentes, personagens principais e secundários retornando com o mesmo grau de importância e diversos detalhes dos diálogos tornam a película um espetáculo muito bom de ser ver.
Lily James e a Banda Donna And The Dynamos. Foto: Divulgação |
Outro acerto aqui é a sincronia plena entre atores da primeira e da segunda fase, que não se encontram fisicamente, mas se complementam de forma diferenciada e com poucos detalhes de caracterização. Entre os atores da primeira fase, o destaque é de Lily James que encarna a jovem, sonhadora e destemida Donna. É evidente que dar vida a uma personagem vivida pela lenda Meryl Streep não é fácil, mas a atriz de 29 anos deu conta do recado.
O consagrado musical segue a sua receita de sucesso e mais uma vez sustenta toda a ficção com as melodias do ABBA, então é possível curtir o filme ao som dos clássicos I Have A Dream, Mamma Mia, Waterloo, I’ve Been Waiting For You, entre outros. A colocação das músicas possui um efeito dúbio. A prova do encaixe perfeito entre história e canção é quando Donna e Sophie cantam juntas My Love, My Life no batismo de uma criança. A cena inclusive é extremamente emocionante e se torna um dos pontos altos do filme.
Cher. Foto: Divulgação |
Uma presença de grande impacto é a da cantora Cher como Ruby Sheridan, a avó ausente que chega na festa de inauguração do hotel da família. No entanto, o dueto ao som de Fernando protagonizado por ela e pelo personagem Cienfuegos - gerente do hotel interpretado por Andy García - soa um pouco forçado e isso acontece por falta de uma contextualização mais elaborada da situação. O que acaba caindo no velho clichê preconceituoso de que em filmes musicais tudo se encaixa apenas cantando uma música.
Com os cenários paradisíacos, diversas pequenas reviravoltas no enredo e com um humor inteligente, o filme se torna uma boa opção de entretenimento, tanto para o saudosismo dos antigos fãs, como também para as novas gerações. A prova disso é que, na quinta semana após a estreia, o lucro das bilheterias gira em torno dos 321 milhões de dólares no mundo todo. Esse com toda certeza é um daqueles filmes que você ri, dança e se emociona; um convite à uma viagem musical sem prescrição de idade.
E uma dica: quem quiser fazer um tour virtual pelos cenários do filme, pode entrar no site fictício do Hotel Bella Dona clicando aqui.
E uma dica: quem quiser fazer um tour virtual pelos cenários do filme, pode entrar no site fictício do Hotel Bella Dona clicando aqui.
Justamente por essa dupla intenção de ser uma homenagem fidedigna e uma sequência ambientada duas décadas depois, O Retorno de Mary Poppins ganha e sofre. Meryl Streep fez um excelente trabalho no filme, sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerada uma grande atriz, desfrutei do seu talento no filme The Post um dosfilmes de drama recentes faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador.
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