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Pencil Peril: o jogo potiguar que venceu uma jam e conquistou fãs mundo afora

Desenvolvedores mais bem votados da Epo Jam participam agora da Global Game Jam 2019 


*Por Marcus Arboés 

(Arte: Lukas de Paiva)

Depois de ter feito o jogo vencedor da Epo Jam, que ocorreu em dezembro, no IMD, os criadores do Pencil Peril contam ao Caderneta Nerd todo o processo de planejamento e produção durante as 48 horas de Jam e o que aconteceu depois do evento.

O jogo é bem simples e, particularmente, realmente viciante (passei horas jogando com o meu irmão). Para os jogadores, Pencil Peril conta com um sistema de jogo para dois players, sendo um o controlador do personagem, que tentará buscar o troféu, e o outro, o controlador da tela, que deve impedir seu adversário.

A ideia:

Ao saber do tema da Epo Jam (Onde está o meu troféu?), o grupo pensou em fazer um jogo genérico “de qualquer jeito”, sendo um party game de plataforma para três jogadores. Na primeira ideia, dois players tentariam pegar o terceiro, que seria o troféu.

Até que tudo começou a mudar quando o game designer Carlos Lennon, 19, deu a ideia de fazer a tela girar. Com isso e com outros elementos tratados a seguir, o jogo começou a ganhar forma, sendo programado para jogar sozinho ou de dois (que é bem mais engraçado).

Carlos Lennon, 19, Game designer (Foto: Luiz Gustavo Ribeiro/Caderneta Nerd)

A ambientação:

O cenário em que o jogo se passa chama muito a atenção. Ele é simples e passa a impressão de que você controla um personagem desenhado dentro de um caderno (ou controla o caderno).

A intenção é exatamente essa, mas, de acordo com o artista e animador Lukas de Paiva, 22, aconteceu por acaso.

De início, considerando que o jogo envolveria a gravidade, a equipe pensou em ambientar o jogo dentro de uma espaçonave. Mas, enquanto Lukas desenhava os esboços do cenário e do personagem, os outros membros começaram a gostar de como estavam e, assim, encontraram uma identidade para o Pencil Peril.

Lukas de Paiva, 22, Artista e Animador (Foto: Luiz Gustavo Ribeiro/Caderneta Nerd)

A música:

Uma das partes mais divertidas de jogar Pencil Peril é ouvir a engraçada música de fundo, que parece simples, mas deu um trabalhão para Maurício Ramalho, 22, o sonoplasta da equipe.
A sonoplastia do game começou da união de dois diversificadores (condições opcionais para a criação do jogo). Um pedia que os sons fossem feitos através de pessoas e o outro pedindo a utilização de instrumentos que estivessem no local.

Com isso, Maurício gravou sua própria voz e mixou o áudio no computador, dando vida ao que eu consideraria a essência do jogo.

Maurício Ramalho, 22, Sonoplasta (Foto: Marcus Arboés/Caderneta Nerd)

Fazendo acontecer:

A parte mais difícil da Epo Jam, para os criadores, foi fazer o Pencil Peril acontecer. A partir do momento em que a ideia do jogo passou a ter o “giro na tela”, o programador Wesley Ronald, 26, passou a ter que usar uma calculadora e a se virar pesquisando e realizando cálculos matemáticos para fazer a física do jogo funcionar.

O jogo foi programado por Wesley na plataforma Unity.

[Imagem 6]
Wesley Ronald, 26, Programador (Foto: Luiz Gustavo Ribeiro/Caderneta Nerd)

Depois da Epo Jam:

Assim que o evento acabou e o jogo foi publicado para jogar online e para download na Game Jolt, os desenvolvedores tiveram a primeira surpresa. No dia seguinte após a publicação, Pencil Peril já tinha 800 visualizações.

O número só aumentou com o tempo, chegando a 9.000 views, assim como o reconhecimento do jogo. De acordo com Lennon, até agora 10 youtubers (sendo apenas um brasileiro) fizeram gameplays em seus canais.

Outro fato interessante é que o jogo foi pirateado. Isso, para Maurício, não foi um problema, já que qualquer um que fosse jogar no site onde foi postado poderia ver os créditos. Além disso, o sonoplasta considera ter seu produto pirateado como “definição de sucesso”.

Updates:

Para quem gostaria de ver mais, atualmente, o Pencil Peril já possui uma build nova com um segundo mapa em construção. Além disso, a mecânica e a física do jogo foram alteradas, tornando o jogo melhor e mais difícil, assim como alguns bugs foram corrigidos.

Outra melhoria foi o suporte para jogar com o controle. Numa perspectiva futura, o grupo pretende criar uma mecânica para que o game funcione em um celular.

 "Os criadores" por Lukas de Paiva

Agora o desafio para Lukas, Lennon, Maurício e Weslley está sendo diferente. Na Global Game Jam 2019, com a mesma equipe, eles precisam fazer um jogo com o tema “O que lar significa para você?”.

Provavelmente algo criativo vem por aí.

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