A Forma da Água - Crítica
A água molda tudo
Por PH Dias
Tales de Mileto, um filósofo pré-socrático, dizia que tudo
começa na água, ou seja, ela tem um grande poder de transformar tudo que é
tocado. A partir dessa premissa é que o novo filme de Guillermo Del Toro se produz: o líquido é apenas o guia de toda uma
história de amor.
Conhecido por ser um diretor que sempre tem uma pegada mais
fantasiosa em suas histórias, essa premissa é mais simples do ponto de vista
narrativo e, claro, com um ser fantástico participando da trama. Méritos para o
roteiro escrito por Vanessa Taylor e
Del Toro, que deixam o primeiro e o segundo ato mais espontâneos e acessíveis para o entendimento do público, desde à cena do primeiro encontro da personagem
principal com o ser diferente, a qual é uma aula de como inserir uma figura
dentro do filme sem dar tantas explicações acerca de como ela veio parar
naquele lugar; a simplicidade é um ponto forte da história.
A direção de arte casa bem com a fotografia de Dan Laustsen; ele consegue dar um clima
impressionante aos ambientes do longa-metragem, através de cores mais escuras
nas partes que mostram o caos da Guerra Fria, período em que o filme se passa,
e tons mais vibrantes quando a cena está mostrando um momento de felicidade de
Elisa (Sally Hawkins).
Elisa conhece a criatura no local de trabalho |
As atuações merecem destaque. Sally Hawkins consegue
encontrar um propósito social para Elisa dentro da trama; ela imprimiu bem suas
emoções, já que interpreta uma muda. A atriz teve que se inspirar em filmes
mudos para compor a sua persona, desde as nuances sexuais até os momentos
dramáticos. Michael Shannon (Richard
Strickland) impõe bem os trejeitos e o controle de seu personagem. Destaque
para a cena que ele conta a história de Sansão e Dalila; vemos ali toda uma
técnica de atuar para demonstrar a verdadeira face de uma pessoa alienada com o
Governo, em plena Guerra Fria.
Richard Jenkins (Giles), conquista bem a função de
um moralista dentro de todo um universo imoral da época. Octavia Spencer (Zelda Fuller) cumpre de maneira agradável seu
papel de ajudante e quando precisa aparecer ela ganha a cena. Michael Stuhlbarg (Dr. Robert
Hoffsteler) cria bem um dualismo interessante para a trama, uma vez que mostra
como uma questão ideológica não atrapalha o caráter de uma pessoa. E por último
e não menos importante, o visual do Homem Anfíbio (Doug Jones) uma maquiagem
impecável da criatura, que lembra um pouco o Abe Sapien de Hellboy, só que em termos de atuação, mais violento e amoroso
quando precisa ser.
Ademais, A Forma da
Água mostra de maneira muito satisfatória o motivo pelo qual foi feito, que
é de contar uma bela história de amor entre duas pessoas “diferentes”, e como
essa união é possível graças ao elemento transformador de tudo, a água.
A Forma da Água recebeu 13 indicações ao Oscar.
Desfruto muito deste gênero de filmes, sempre me chamam a atenção pela historia. Michael Shannon fez um ótimo trabalho no filme. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Sera um dos melhores filmes de ficção cientifica acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.
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