Orgulho e Paixão da Globo: humor leve e beleza para o telespectador
Por Evandro Ferreira
Quem se dispor a
assistir à novela deverá entender que jamais uma obra cancela ou invalida a
outra, apenas estendem o legado do texto original, sempre o tornando
contemporâneo e atraente para as novas gerações. Histórias humanas são feitas e
refeitas para serem livres de preconceitos e contadas ao sabor do tempo de quem
a reproduziu.
Reprodução: Rede Globo |
A Rede
Globo estreou no último dia 20 a sua mais nova telenovela de época. Orgulho e
Paixão é mais um folhetim que se inspira em obras literárias e dessa vez os
livros da escritora Jane Austen são usados para criar um universo único e
diferente de tudo que já possa ter sido feito até agora.
Antes de
mais nada é necessário entender que adaptar um livro para televisão é algo
diferente do que está sendo feito com a novela das seis. Adaptação é extrair os
elementos centrais da história original seguindo de forma estreita o contexto
que o enredo do livro possa conter.
O caso de Orgulho
e Paixão é diferente, podemos entender esse romance como uma livre
inspiração artística. O autor Marcos Bernstein bebe da água da escritora
inglesa e adiciona diversos ingredientes do gênero telenovela para criar um
ambiente de identificação com o público brasileiro. Isso pode pode ser visto de
cara na ambientação da trama que é interior de São Paulo, em um vale produtor
de café.
João Miguel Júnior / GShow |
E é no
início do século XX que tudo acontece. A espinha dorsal da novela é a história
Elisabeta, vivida pela Nathalia Dill, mulher que se destaca pelo seu
espírito livre e transgressor, bem diferente das moças de seu tempo. Ela é
filha de Ofélia (Vera Holtz) que deseja a todo custo organizar o futuro
de suas cinco filhas, arranjando para cada uma o casamento dos sonhos.
Outro
núcleo que se destacou nessa primeira semana de exibição foi o vivido por Gabriela
Duarte, na pele da implacável empresária Julieta, que buscará junto com
Susana (Alessandra Negrini) o crescimento de sua riqueza. Esse parece
ser um dos grandes núcleos dessa produção.
Quem
chegar em casa e ligar o televisor em Orgulho e Paixão encontrará uma
telenovela com T maiúsculo. Contada em um tom de humor leve, com belas e
coloridas paisagens. Com um figurino e cenografia que preza pelo esmero a
direção de Fred Mayrink busca ao máximo humanizar e abrasileirar os
personagens.
Foto: João Miguel Júnior / GShow |
Foi
perceptível a interpretação exagerada de alguns atores e isso dentro da
telenovela é normal e corrigível. Tendo em vista que o gênero é uma obra aberta
e cuja a direção pode mudar de uma forma mais fácil que se possa pensar. Por
fim, teremos ao longo dos próximos meses um show de alegria e beleza.
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