Cinema Pirata
Por Alessa Oliveira
Olá, pessoal! Cá estou eu pra fazer
mais uma resenha pra vocês e hoje eu vou falar de outro livro bem marcante na
minha vida: Cinema Pirata.
Antes de passar a sinopse do livro,
gostaria de falar um pouco sobre o autor, Cory
Doctorow. Ele é editor do blog sobre tecnologia Boing Boing, escreve
colunas para várias revistas e entre elas o Guardian
Online e também foi indicado como uma das pessoas mais influentes da web pela Forbes. Ele é autor de outra obra excelente intitulada Pequeno Irmão e seus livros buscam fazer
uma reflexão sobre presença das tecnologias no nosso dia a dia e até que ponto
essa dependência é boa.
A ambientação de Cinema Pirata me lembra bastante a
sociedade que vemos no livro 1984 do George Orwell, na verdade, o próprio
Cory fala um pouco sobre isso em uma entrevista que ele deu pra revista Galileu
e que vocês podem conferir um trecho aqui:
"Antes de George
Orwell escrever 1984, era difícil explicar porque ter uma câmera filmando por
cima do seu ombro era tão perturbador e incômodo. Mas depois que 1984 foi
escrito, [...] podemos importar toda aquela narrativa, todo o sentimento das
pessoas naquele livro, para explicar porque toda essa vigilância suprime a
nossa liberdade e porque só somos felizes, saudáveis e seres humanos completos
em uma sociedade livre."
Mas
agora vamos falar do livro, né? Cinema
Pirata vai nos levar até a casa de Trent McCauley, a qual fica em uma
pequena cidade no interior da Inglaterra. O garoto de 16 anos, que tem como
hobby baixar e editar filmes de um ator e cineasta famoso chamado Seth Whatson,
é apaixonado pela sétima arte, sempre buscando criar coisas novas a partir do
que já foi gravado. Só há um problema: nos tempos de Trent, isso é
completamente ilegal, pois as leis dos direitos autorais se tornaram
completamente rígidas e as punições, cruéis.
Mesmo
utilizando das mais diversas técnicas de proteção de IP para que seu computador
não seja rastreado, ele é descoberto e sua família é punida com um ano sem
acesso à internet. Seu pai perde o emprego, sua mãe não pode requerer
auxílio-doença e sua irmã fica impossibilitada de estudar. Envergonhado, Trent
foge de casa e vai para Londres, lá ele faz amigos e com eles decide combater
essa lei que criminaliza praticamente tudo que os usuários britânicos fazem na
internet, criando assim, um movimento revolucionário que incentiva toda uma
geração.
Eu só
posso dizer que esse livro é INCRÍVEL e que é aquele tipo de história que nós
não conseguimos passar toda a genialidade dela em um resumo, só lendo pra ver.
Ela é sobre o poder do jovem na sociedade, sobre como os pequenos atos fazem
sim a diferença e que nós nunca devemos nos calar diante da injustiça. Com
personagens bem construídos, uma narrativa extremamente coerente e uma
ambientação impecável (eu consegui de fato mergulhar dentro do livro, me sentia
muito em casa no local onde Trent morava com os amigos e já fiz altos planos de
recriar todo esse cenário no The Sims),
Doctorow consegue nos fazer querer levantar da cadeira e lutar por uma
realidade melhor (ou até mesmo permanecer na cadeira e lutar através da
internet, porque ele acredita que devemos usar a tecnologia para mudar o
mundo).
Cinema Pirata foi o
primeiro livro que li em 2016 e com certeza um dos melhores. Infelizmente ainda
não temos uma adaptação cinematográfica, mas vou deixar aqui em baixo os links
da Saraiva e do Estante Virtual pra caso vocês queiram comprar, e também a entrevista
que ele deu pra revista Galileu.
Bem, pessoas, eu não quero me alongar demais porque eu posso passar horas e horas
falando desse livro, mas se vocês lerem me contem o que acharam, tá?
Até a
próxima!
Estante Virtual: https://www.estantevirtual.com.br/b/cory-doctorow/cinema-pirata/4290275363?qed=Galera
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