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Rainha da DC: O percurso de Mulher-Maravilha nos quadrinhos

Por Beatriz Nascimento


Não é só a combinação de azul e vermelho, nem só um laço, muito menos “a namorada do Superman”. Ela é a princesa das amazonas, aquela que saiu da mente do norte-americano William Moulton Marston, em 1941, no ano da emancipação feminina e foi a primeira super-heroína da DC Comics. A personagem foi criada com a ideia de colocar as mulheres como seres superiores, devido a maneira como William as via. Surgindo na ilha Paraíso, quando já não haviam mais homens, ela foi esculpida da argila, e como em um passe de mágica a rainha Hipólita ganhou uma filha.

A amazona superprotegida passou por grandes mudanças. A história de sua origem foi recriada com a chegada de Os novo 52, em que seu nascimento é fruto do relacionamento de Hipólita com Zeus. E em 1974, quando Marston deixou o mundo, os seus trajes passaram a ser mais sensuais e suas palavras cada vez mais firmes, para gerar um maior índice de vendas das HQ’s.


Aquela princesa do início da sua jornada, que só aparecia na Sociedade da Justiça, deu lugar a uma super-heroína digna de um HQ só sua, o que era muita coisa na época em que só Superman e Batman tinham esse privilégio. Ela passou por todos os dilemas humanos, até um em que abre mão de seus poderes e começa a fazer aulas de lutas, e tudo isso no auge do movimento feminista.  

Depois de muita pressão do público, a dona do laço da verdade recupera os seus poderes, mas não só eles. Com toda a sua força e carisma, a Mulher-Maravilha se torna um símbolo feminista por motivar a força trabalhadora das mulheres na época. Mas há um grande conflito no meio disso tudo, pois ao mesmo tempo em que Diana ganhava destaque por sua bravura e força, seus trajes eram cada vez mais curtos e justos, de maneira sexualizada. 


Sua história passou diversas vezes pela TV, mas não significou muita coisa porque se manteve por pouco tempo e não obteve tanto sucesso. Também virou série, mas enquanto algumas alcançaram sucesso, outras fugiam da versão das HQ’s e quando se falavam em cinema todas as tentativas foram frustradas, pois o roteiro nunca saía do papel… Até agora.


Ao decorrer da vida, a personagem foi se adaptando de acordo com as tendências da época, tanto que agora o seu uniforme se tornou o que realmente sempre deveria ter sido, uma referência à Grécia Antiga. A princesa Diana, além de ser a primeira super-heroína oficial das HQ’s, é a mulher mais poderosa que existe e se você (ainda) não acredita, imagine toda essa combinação em um ser só: a beleza de Afrodite, a sabedoria de Atena, a velocidade de Hermes, a força de Hércules, a capacidade de se comunicar com Gaia (a própria terra), a capacidade de falar com os animais de Artemis, poder de se projetar astralmente em várias terras e ser uma semideusa; afinal, ela é filha de Zeus.


A princesa das Amazonas vai estrear quebrando barreiras e abrindo portas, pois assim como foi a primeira heroína a ganhar uma HQ só sua, ela também é a primeira a ganhar um filme solo dentro de um universo estabelecido. Como uma música da Anitta, ela “deu um tiro certo” nos amantes de super-heróis e promete tirar o fôlego de todos nos 140 minutos da trama. Por isso, lembre-se: se for ao cinema leve um colete, pois há risco de tiros a todo e qualquer instante. 

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