Mulher-Maravilha - Crítica
Maior heroína de todos os tempos
protagoniza história de origem leve, divertida e marcante
Por Luiz Gustavo
Quando Gal Gadot foi escolhida para viver a princesa das amazonas, ela foi
tão má recebida quanto seu colega Ben Affleck, já que não apresentava o
estereótipo aguardado pelos fãs e críticos. Em Batman vs Superman (2016), a israelense provou que as pessoas
estavam enganadas e que ela estava mais do que pronta para representar a
heroína nos cinemas.
A diretora Patty Jenkins assumiu o filme em 2015 e já sabia que teria muita
pressão sobre os ombros. Ela só não imaginava que essa pressão aumentaria em
2016, ano repleto de controvérsias para o universo cinematográfico da
DC/Warner. Tendo consciência dos desafios, a diretora apostou numa fórmula semelhante ao filme do Superman (1978), uma narrativa leve, mas com muito poder e que respeita
a origem da personagem.
O longa traz um tom harmônico no primeiro ato, mostrando uma Themyscira florida e colorida - fotografia inicial bem diferente das que foram apresentadas nos filmes
anteriores do universo DC. O roteiro de Alan
Heinberg apresenta uma narrativa prática e rápida ao explicar de forma
dinâmica a origem das Amazonas, a relação delas com o vilão do filme e a
história da protagonista, agora filha de Zeus - como no arco dos Novos 52. A superproteção da Rainha
Hipólita (Connie Nielsen) e o
treinamento escondido com sua tia Antiope (Robin
Wright) retratam bem a evolução da criança inocente até que ela se torne
uma guerreira que aos poucos vai descobrindo suas especialidades. O desenvolvimento dos poderes é acompanhado
pelos descobrimentos feitos ao longo da trama, seja de coisas simples como o
sorvete - cena semelhante a da animação Liga
da Justiça: Guerra - ou de surpresas como o verdadeiro significado da
guerra.
Steve Trevor (Chris Pine) faz a ponte entre a princesa e a Primeira Guerra
Mundial. O personagem é bem desenvolvido e divertido. Além de ajudar as
Amazonas na primeira batalha do filme, é ele quem leva a princesa até Londres e
com ela constrói uma história de amor bem equilibrada e sincera, de modo que ele
não rouba o foco da companheira. Com um tom cômico, os contrastes começam a
surgir na capital inglesa; Diana e o mundo conservador logo se estranham e se
contrariam. Evidenciando que além da relação com Steve e as Amazonas, que
representam a formação de sua identidade, a boa conexão da protagonista com os
outros personagens é essencial para a formação de sua personalidade, como são
os casos de Etta e a equipe que vai ao fronte da guerra, formada por Sameer,
Charlie e o Chefe.
As cenas de ação são muito bem
coreografadas e empolgantes - algumas chegam a lembrar a luta do Batman
em BvS contra aquela dezena de
capangas, só que com movimentos mais leves e bonitos. As cenas de guerra são
realmente bem feitas e criativas, mostrando artifícios usados em filmes do
gênero. É notório que existe a pitada Zack
Snyder no filme, com o uso da câmera lenta, mas as cenas são retratadas de
um novo modo, no estilo e tom da diretora. Os momentos de humor são todos bem
contextualizados e nada ocorre fora de hora ou de modo forçado: acontecem num
estilo próprio - e bem diferente do que ocorreu no último filme do universo da DC.
Infelizmente, o filme peca no terceiro ato e nem a
boa história construída com a Doutora Veneno e o General Ludendorff ajudam. O
vilão Ares (David Thewlis) é o
centro da história, mas é mal aproveitado. Apesar da proposta ousada de
influenciar os humanos a guerrearem, o momento em que o vilão aparece faz o filme
mudar completamente do tom retrô para os enfadonhos raios azuis digitais que a
DC insiste em colocar. Mesmo assim, os antagonistas não foram capazes de
desqualificar os feitos construídos no longa.
Mulher-Maravilha é contido e objetivo, com história
forte e empoderada. O filme possui poucas referências e trata, antes de tudo, da origem de um ícone, podendo ser compreendido por todos os públicos. O feminismo é retratado de uma forma sincera, mas suave, mostrando a independência e liderança da heroína e tocando o coração das pessoas. A principal mensagem transmitida é que
qualquer pessoa pode mudar o mundo, pode ser o que quiser, dispensando rótulos
impostos socialmente. Desse modo, a obra comandada e estrelada por mulheres
é resumida nas palavras: amor, superação, coragem, poder e justiça.
O filme é excelente para ver com toda a família por que o roteiro é fácil de entender e de se divertir. Mulher Maravilha é um dos melhores filmes que estreou o ano passado. É uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. É um dos melhores filmes de super-heróis. Gostaria que vocês vissem pelos os seus próprios olhos, se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam a emoção que sentiram. Eu gosto da forma em que ela esta contada, faz a historia muito mais interessante. A atriz da Mulher Maravilha é ótima porque mostrou com perfeição a jornada de uma deusa, uma guerreira e uma mulher. Eu recomendo!
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