SAGA 2017: Quadrinhos regionais enfrentam uma longa odisseia contra a desvalorização, mas sem perder a determinação
O SAGA é um evento cujas atrações abrangem o diversificado público nerd, do fanático por games ao devoto por animes. Porém, a feira, que em 2017 está em sua 12ª edição, também insere em sua programação um espaço para quadrinistas e ilustradores locais exibirem seus trabalhos.
Infelizmente,
a expectativa de interesse pelas HQ’s das pessoas que visitaram o evento foi
abaixo do esperado. É o que relata Alexsandro Alves, 42, professor e
quadrinista, revelando a falta de incentivo que existe para se ler quadrinhos
potiguares. “Os potiguares desprezam os quadrinhos potiguares”, desabafa. Ainda
segundo ele, os jovens, pelo menos os que manifestam gostar de ler, destinam
sua procura mais para quadrinhos de heróis norte-americanos.
Alexsandro admite que eventos como o SAGA ajudam a fazer com que o público valorize as HQ’s, mas é preciso uma estrutura mais chamativa para prender a atenção de quem visita o ambiente. “No primeiro dia só vendi um exemplar”, confessou.

“Nós usamos
eventos como o Saga para fazermos divulgação de cursos e também pré-matrículas.
A escola trabalha com cursos semestrais, os quais são divididos em blocos de
assuntos. As aulas são excessivamente práticas e, por exemplo, no curso de
desenho temos a parte de anatomia, perspectiva, luz e sombra, composição”,
explica José.
Embora o Brasil esteja passando por um fenômeno
de expansão no que diz respeito à produção nacional, o processo de construção
de leitores norte-rio-grandenses permanece lento. O mercado de quadrinhos potiguar
é pulsante, novos artistas e obras surgem a cada momento, e o Saga é a
evidência de que a produção regional é bastante ativa. O caminho ainda é
repleto de obstáculos, porém a determinação continua e sempre será possível
enxergar uma luz no fim do túnel.
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