Castlevania:1ª Temporada - Crítica
Série original da Netflix adapta universo clássico dos games e expande
horizontes da franquia
Por Clercio Rodrigues e Douglas Lucena
Abertura original da série |
"What a beautiful night to have a
Netflix" (ATENÇÃO! Contém spoiler!).
Adaptar jogos eletrônicos para outros formatos
nunca foi uma tarefa fácil. Castlevania, a mais nova série animada da Netflix,
faz isso de forma quase impecável. A trama é baseada principalmente no enredo
do jogo Castlevania III: Dracula's Curse, e se passa em 1476, quando um
exército de demônios liderado pelo Príncipe das Trevas começa um massacre nas
terras da Valáquia. Em posse do chicote sagrado Vampire Killer, o
caçador de vampiros Trevor Belmont parte em uma jornada para impedir a extinção
da humanidade e recuperar a honra de seu clã.
A série fez poucas mudanças na história original
e segue o estilo gótico visto ao longo dos 30 anos da franquia. Além da grande
quantidade de referências artísticas no design dos personagens e ambientes,
recursos novos, como a violência explícita, enriquecem as sequências de ação e
marcam os quatro episódios da série desde o começo.
Enquanto morre, Lisa implora para que Drácula
perdoe os humanos
A série segue com a apresentação do protagonista
Trevor Belmont, o ultimo herdeiro de uma família de caçadores de vampiros
lendária, que foi exilada pela igreja após ter suas habilidades consideradas
uma ameaça. Com isso, Trevor vive como um andarilho, se escondendo dos olhares
curiosos em tavernas e becos das cidades da Valáquia.
Após o início dos ataques de Drácula por todo o
país, Trevor vai até a cidade de Gresit, onde conhece um grupo de Oradores
(pessoas que cultivam conhecimentos antigos e até mesmo, mágicos), que
convencem o jovem a combater o exército infernal para resgatar o legado de sua
família. Também através dos grupo, Trevor conhece a lenda do "Soldado
Adormecido", um herói que estaria preso embaixo de Gresit e surgiria para
salvar a humanidade do caos.
Junto com Sypha Belnades, neta do líder dos
oradores, Trevor visita as catacumbas da cidade e acaba despertando o guerreiro
da profecia. Para a surpresa da dupla, o herói levanta de um caixão de concreto
e revela ser Adrian Vlad Tepes, filho de Drácula com Lisa. O meio-vampiro, que
também responde pelo nome de Alucard, explica que estava em um coma auto
induzido para curar alguns ferimentos. As lesões em questão foram causadas
quando Alucard (que assim como Lisa, prega a compaixão aos humanos) tentou
parar a fúria de seu pai.
Com um objetivo em comum e motivos pessoais de
sobra, Alucard une forças com Trevor e Sypha para combater o exército infernal
de Drácula
Vale a pena?
Apesar dos clichês, o enredo é envolvente e
sempre se preocupa em contar a história de uma forma nunca antes vista.
Acredite: nos primeiros minutos da animação, você provavelmente estará torcendo
para o vilão. Outro belo exemplo disso é a forma como o protagonista Trevor
Belmont é apresentado. Em muitos momentos da série, o caçador de vampiros foge
do perfil heroico e surpreende com atitudes que revelam, entre outras coisas,
uma personalidade cheia de defeitos. Na mais nova série animada da Netflix,
ninguém é totalmente bom ou mau.
Rica em referências, Castlevania se apropria da linguagem, mitologia e universo
clássicos para explorar detalhes que levam qualquer fã à loucura. Em meio à
escuridão que atormenta a Valáquia, isso fica nítido na caracterização dos
personagens – que não é totalmente fiel ao design original dos jogos, mas
homenageia em muito o figurino de outras épocas da saga.
1997/2017
Quem acompanhou o auge de Castlevania nos videogames sabe que a trilha sonora sempre foi uma
parte fundamental das aventuras do Clã Belmont. Mas na série, a música
infelizmente não foi uma prioridade. Em vários momentos, como durante a
abertura do anime e nas sequências de ação sanguinária, a trilha é simplesmente
genérica. Não é ruim, mas não acompanha a musicalidade dos jogos e nem a
qualidade das cenas da animação.
Não interessa se você assopra os cartuchos desde
a infância, ou acabou de esbarrar com o título no catálogo da Netflix, a série
animada de Castlevania é uma ótima
oportunidade para conhecer a franquia. O grande problema é a pequena quantidade
de episódios, já que quando a história ganha um objetivo realmente relevante...
a série acaba. Para piorar as coisas, só teremos acesso à segunda temporada,
que adiciona oito novos episódios a trama do anime, daqui a um ano.
Será uma longa noite para os fãs de Castlevania
De modo geral, a primeira temporada de
Castlevania não é perfeita, mas tem tudo para se tornar um ícone entre as
adaptações de videogame.
Nota: 08/10.
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Boa análise, realmente a trilha sonora na série não é TÃO boa quanto nos jogos, mesmo assim é muito boa. O único "defeito" na série é o fato de terem lançado apenas 4 poucos episódios, muito pouco, sem falar na curta duração. Esperava pelo menos 12 episódios.
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