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Mini heróis musicais vencem Desafio Talento Metrópole

Inspirado no sucesso mundial Guitar Hero e percebendo a carência no mercado de entretenimento para cegos, três desenvolvedores mirins com capacidade avançada criam um jogo multiplayer acessível e revolucionário

*Por Mônica Pimentel

Sophia, Klaus e Deborah foram os responsáveis por desenvolver um jogo acessível para pessoas com deficiência visual (Foto: Mônica Pimentel/Caderneta Nerd)

Com apenas 12, 15 e 17 anos, Sophia, Klaus e Deborah desenvolveram um jogo acessível para pessoas com deficiência visual chamado Blank Harmony. O trio conseguiu idealizar, criar e desenvolver o jogo, que visa a maior acessibilidade dos cegos ao entretenimento digital. Além disso, durante a primeira edição do Desafio Talento Metrópole, que ocorreu nesta última sexta-feira (14) no prédio do Instituto Metrópole Digital (IMD), o trio de ouro apresentou seu projeto de jogo e venceu o prêmio de melhor projeto dentre os escolhidos. 

Segundo a coordenadora do Talento Digital, Izabel Hazin, o programa se baseia na seleção e investimento de estudantes dos três últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio que mostraram alto potencial na área da Tecnologia da Informação. De acordo com ela, este ano foi iniciado o Desafio Talento Digital, o qual escolheu 6 projetos de alunos escolares através de edital de alcance estadual. Dentre eles, Sophia, Klaus e Deborah foram escolhidos para desenvolver seu projeto com ajuda de professores e apresentá-lo para uma banca no IMD nesta última sexta-feira. 

Tendo em vista que o desafio da competição era facilitar a vida e a acessibilidade de pessoas com dificuldades ou deficiências, o trio escolheu os cegos para ajudar. Através de uma pesquisa de mercado realizada pelos jovens, constatou-se a carência de formas de entretenimento para deficientes visuais. Klaus explica que como os cegos suprimem o sentido da visão, os outros sentidos se aguçam, e por isso eles pensaram no aspecto sonoro com ajuda da musicalidade, por meio de um jogo para computador ou celular. 

O Blank Harmony, ou Guitar Hero Para Cegos, como foi chamado durante o evento, foi pensado em função do Efeito Doppler. O jogador, nesse caso, precisa se acostumar com as notas musicais e entender por onde elas vêm e quando elas precisam ser tocadas a partir da vibração e do som. À medida que o jogador vai se aprimorando e sendo mais preciso, o nível de dificuldade do jogo vai aumentando. À princípio os sons passam apenas por três direções (esquerda, centro e direita), mas depois eles passam por cinco (extrema esquerda, esquerda-centro, centro, direita-centro e extrema direita), além de aumentarem de velocidade e intensidade cada vez mais. 

Para desenvolver o projeto e o protótipo criado pelo trio, precisou-se da ajuda de um professor do IMD chamado Alyson Souza. Segundo Deborah, eles três já tinham uma ideia de como montar o protótipo, mas com a ajuda do professor tudo ficou mais claro e simples e ela acredita que, após o evento, o trio será capaz de refazer o protótipo sem precisar de orientação. E apesar dele ainda não ter sido testado em pessoas com deficiência visual, os três acreditam muito na sua funcionalidade.

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