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House Of Cards: o perigoso e fascinante jogo de poder da Netflix

Série que se passa na capital dos Estados Unidos tem na verdade o mundo político como seu principal cenário

Por Evandro Ferreira

Atenção! O texto contém um nível médio de spoiler, portanto você pode ler com mais segurança. 

 "Dinheiro é mansão no bairro errado, que começa a desmoronar após dez anos. Poder é o velho edifício de pedra, que se mantém de pé por séculos. Não respeito quem não sabe distinguir os dois." É com essa frase marcante do personagem fictício Frank Underwood que podemos começar a destrinchar uma das séries mais aclamadas pela crítica televisiva dos últimos tempos. House of Cards é uma série original da Netflix e que todo interessado em poder e política não pode deixar de ver.

Tudo acontece nas entranhas políticas de Washington, centro nervoso da política norte- americana. Os personagens aparentemente parecem ser os mesmos já explorados por outras séries do gênero, o ponto de conflito aqui é simplesmente sobre poder e seus diversos campos de atuação.

No entanto, o grande “pulo do gato” da série é a sua forte ligação com situações e escândalos cotidianos e muito atuais da política mundial; a capital dos Estados Unidos aqui passa a ser apenas o pretexto básico onde o enredo se desenvolve. 

Pois bem, para entender o flerte que essa série faz com a realidade é preciso conhecer dois personagem centrais, são eles Claire e Frank Underwood, que depois de certo tempo se tornam apenas um só corpo.


Frank Underwood, interpretado brilhantemente por Kevin Spacey, começa sua história sendo um ambicioso deputado do partido democrata e líder da maioria do seu partido na Câmara. Sua implacável ambição é o combustível incendiário que se tornará evidente quando ele é preterido do cargo de secretário de Estado pelo presidente dos Estados Unidos na trama. 

É a partir da revolta de Francis (para os mais íntimos) que uma avalanche de coisas começa a acontecer. O envolvimento espúrio dos políticos com a mídia e a relação promíscua das empresas privadas com os parlamentes adicionam na primeira e segunda temporada os ingredientes necessários para o noticiário político do Brasil não parecer tão surpreendente assim.

Outro destaque fica por conta de Claire Underwood, esposa de Frank, vivida pela veterana Robin Wright. Sua vida ao lado de seu marido poderia ter caído facilmente nos clichês adocicados de mulheres na política mostradas em produtos do gênero, isso se não fosse ela tão obcecada pelo poder. Seu ponto de partida é a gerência de uma ONG, que tendo seus fins obscuros passa a ser utilizada apenas como instrumento de manobra para sua sede de influência. 


Escândalos familiares, ocupação de cargo público por nomeação do marido e relacionamentos extraconjugais se tornam o sopro do furacão envolvendo uma das mulheres mais prestigiadas e elegantes da série.

A bem da verdade muita coisa acontece nesse jogo de cartas que já vai pra sua quinta temporada com estreia marcada para o dia 30 de maio. O ponto nevrálgico da série é o risco iminente da queda de todo esse esquema criado por Frank e Claire. É fascinante entender as incríveis manobras criadas pelo casal para, por exemplo, lidar com o problemático assessor alcoólico no mesmo tempo em que tem que lidar com a pressão diplomática de um presidente fanfarrão da Rússia, além de dezenas de outros conflitos ao longo das temporadas.

Um dos mais admiráveis gostos de assistir House Of Cards é acompanhar a progressão do casal principal da trama, é sentir vivamente a intensidade e sutileza que ambos possuem em busca do que querem, seja isso o que for, seja que cargo for. Eles se tornam apenas um só corpo de tão unidos que parecem ser. (mas nem sempre, ok?). 

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