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Nós precisamos de mais burburinhos em Natal

Por Vinícius Castro

 
No último final de semana aconteceu em Natal o 1° Burburinho Festival de Artes, uma feira de cultura, gastronomia e arte, para todas as idades, no Bosque das Mangueiras. Organizado pelo Pinote – Mídia & Produção Cultural, que desde 2013 vem promovendo arte e entretenimento em Natal, o evento foi recheado de atividades, que se iniciavam às 10 da manhã e iam até as 21 horas. Tudo com acesso livre e gratuito.
Segundo o site oficial do evento, o Burburinho visa contribuir com o desenvolvimento da cena cultural da cidade do Natal/RN; Valorizar o artista potiguar tendo na programação do festival apenas atrações locais em todos os segmentos artísticos contemplados nessa 1ª edição; Proporcionar a população da cidade e seus visitantes atividades de entretenimento de alto nível artístico e intelectual; Impulsionar a geração de atividades remuneradas no segmento da cultura e áreas correlatas movimentando a economia criativa; e Ocupar os espaços públicos com arte e assim ressignificar seu uso cotidiano.
Uma das atrações culturais do último dia do evento foi a mostra audiovisual que contou com a participação do curta “Inês está morta”, dirigido por Bruna Justa, que contou sobre a experiência de expor o trabalho no Burburinho, “Tínhamos feito apenas uma exibição pública do filme e muita gente estava pedindo por outra, foi quando soubemos do Burburinho, e achamos uma ótima oportunidade. Nos inscrevemos no edital e fomos selecionados, eles foram muitos profissionais no processo, na divulgação dos nomes selecionados, no recebimento dos arquivos, tudo na data, certinho. E aí, ontem rolou a exibição, eu não tinha ido nos outros dias, fiquei surpresa com o público, que foi muito receptivo, muita gente esperando pelos filmes. Achei massa! (Risos) faltam estes espaços em Natal para a exibição de produções locais. ” Completou.

 
Um evento rico de cultura e diversidade que encantou todas as idades, desde a Julia de 12 anos que não parava um minuto de fotografar tudo que via, até a dona Maria, de 68, que confessou, sentada no banco do bosque, já ter dado muitas voltas naquela feira, e não ter mais o pique da garotinha, apontando pra Julia. Também estava encantada a colombiana, professora de engenharia, com a coleção de moedas de diversos países e épocas do quiosque da moedarte, onde além de apreciar a arte você também ouvia sobre sua história. O que todas essas mulheres tinham em comum? Todas elas sentem falta de mais burburinhos na cidade do Natal. 

 
Assim como Michelle Ferret, jornalista e professora na UFRN, que marcou presença no evento com seus filhos, Peu e Bella, que como a mãe adoraram a escolha do Bosque das Mangueiras como palco da feira. Michelle é muito ligada às artes e ressaltou o quão importante elas são para a identidade de um povo, “Burburinho é um festival que movimenta os espaços públicos, como o Bosque das Mangueiras, e isso é fundamental para o oxigênio da cidade, a gente está precisando de mais festivais assim, que envolvam a nossa cultura local, que a gente possa se ver, né? Porque a arte é o nosso registro no mundo e sem a arte a gente não consegue ter identidade. ” E ainda completou, “o Burburinho acaba trazendo esse mix de informações de cultura, teatro, música, dança, poesia. Eu assisti Rosa de Pedra (banda que fez o encerramento do evento), foi incrível e, me deu uma sensação de que é esse o caminho, a gente precisa unir mais as forças para poder existir e sobreviver. ”, completou Michelle.
Agora é torcer para que o Burburinho se multiplique e que possamos, cada vez mais, invadir os espaços públicos, que são nossos por direito, com muita arte e cultura.

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