Humor em tempos de crise
Por Eliza Hikary e Marina
Lopes
Ivan Cabral na I Semana de Jornalismo da UFRN. Foto: Maria Luiza Guimarães |
O
potiguar, nascido em Areia Branca/RN, publica sua arte na imprensa local há 34
anos e é reconhecido nacionalmente por suas charges satíricas. Seu contato com
a charge surgiu a partir de uma oportunidade de trabalho que apenas o ajudou a
dar sequência ao estilo de desenho que já possuía. E, apesar de nunca ter
pensado em ser chargista, acabou se encontrando ao aproveitar a chance oferecida.
Charge de Ivan Cabral/2002 |
Como profissional, iniciou o desenvolvimento da sua arte ainda na
adolescência, ao tornar-se membro do Grupehq – Grupo de Pesquisa de História em
Quadrinhos. Seu talento em estimular o
riso reflexivo pela charge lhe rendeu, ao longo dos anos, dois livros e algumas
premiações humorísticas pelo país. Além
disso, ele trabalhou por 21 anos no jornal Diário de Natal e alguns anos no
Novo Jornal.
Seu
trabalho, por ter uma grande importância em debates sociais e políticos, foi utilizado
em edições do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e publicado em livros
didáticos de diversas editoras brasileiras.
Como jornalista
ilustrador, ele nos contou que, para ser um chargista, saber desenhar não
basta. “O chargista não é apenas um ilustrador. Ele precisa ter um senso
crítico e uma visão aguçada para olhar os fatos”, revela. “O chargista tem que
sair do óbvio, provocar a reflexão do leitor e incentivar uma discussão mais
profunda”, acrescenta o autor.
Sobre
o futuro dessa profissão com relação às mudanças ocorridas atualmente nos meios
de comunicação, Ivan pressupõe que, com a diminuição de jornais impressos, as redes sociais e a
TV sejam os novos espaços de divulgação desse discurso artístico. “Acredito que
mesmo possuindo uma natureza cinematográfica, as charges animadas na TV podem
ser alternativas interessantes”.
Quando nos encontrou, numa oficina da I Semana de Jornalismo da
UFRN, Ivan, que trabalha chefiando
o setor de Criação e Arte da Superintendência de Comunicação da UFRN, revelou
que se sente realizado na sua profissão e que pretende continuar sua carreira
de chargista. “Fazer charge para mim é algo muito desafiador, algo que estimula
a criatividade e o olhar crítico.”
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