Escribas e Ação Leitura: a independência das palavras que libertam
Por Luiz Gustavo Ribeiro
No último sábado (26), aconteceu no Espaço Duas Estúdio uma edição especial do Bazar Independente do Coletivo Jovens Escribas. O evento contou com diversas atividades voltadas para a literatura, artes em geral e rodas de conversa com convidados especiais que discutiram sobre literatura, roteiros, contaram histórias de vida e debateram sobre questões sociais como intolerância nas redes sociais e feminismo.
A primeira mesa-redonda foi mediada por Carlos Fialho (escritor e um dos criadores do coletivo e da Editora Escribas) e foi composta por Paulo Lins (autor de Cidade de Deus), Leandro Ramos (Choque de Cultura) e Alice Carvalho (Septo). “Roteiro” foi o principal tema discutido pelos três convidados, que além disso, contaram histórias sobre suas trajetórias de vida, carreira e principais projetos. Ao fim, os convidados responderam a perguntas feitas pelo público presente.
O segundo momento do bate-papo foi com Márcia Tiburi, filósofa e escritora, que também lançou seu novo livro “Feminismo Em Comum - Para Todas, Todes e Todos” no evento. Durante sua apresentação, Márcia falou sobre fascismo e feminismo, dando dicas ao público baseadas na sua obra “Como conversar com um fascista”, enfatizando formas de combater discursos de ódio. Além disso, a filósofa proporcionou momentos de reflexão com o público, como questões de crise de identidade.
“O ‘Feminismo em Comum’ é irmão do ‘Filosofia em Comum’, de 2008, que foi o primeiro livro que eu fiz pensando em fazer dos livros um dispositivo de reflexão, um dispositivo de de diálogo”, comenta Márcia sobre suas obras.
Simultaneamente às atividades principais, o bazar contou com um comércio diversificado, vendas de livros, bottoms, roupas, desenhos, artigos artesanais, brechó e pontos de alimentação. O evento foi encerrado com a apresentação musical da cantora Simona Talma, que embalou o público cantando músicas de sucesso da cantora Rita Lee.
Após 14 anos de existência, o Bazar Independente é só um dos diversos eventos organizados pelo Coletivo Escribas - antigo Jovens Escribas. “Nós queríamos publicar nossos próprios livros, então criamos o coletivo e começamos a publicar nossos livros através da Lei Djalma Maranhão. Depois foi publicando outros livros de autores famosos e com isso fomos criando outros eventos, como o Ação Leitura, o Bazar Independente e começamos a participar de feiras literárias e de várias coisas dentro da literatura”, conta o anfitrião do evento, Carlos Fialho.
Foto: Marco Veppo/Caderno de Pauta |
Organizado pela Editora e coletivo de escritores, o Ação Leitura é o principal evento de formação de leitores do Rio Grande do Norte. O diferencial do evento é o objetivo em formar novos leitores, seguindo o lema “ler pode ser divertido’. A programação educacional conta com diversas atividades voltadas para alunos de escolas públicas e privadas de Natal.
“A gente tem esse trabalho de tentar devolver a Natal, o que a cidade nos deu de bom. Então, o Ação Leitura é uma espécie de trabalho social de formação do público leitor entre os adolescentes, nós tentamos qualificar nossa sociedade para o futuro, para que quando eles se tornem adultos, sejam adultos leitores. E a mensagem mais eficaz que a gente pode passar para o jovem não é que a leitura é importante, e sim que a leitura é divertida, dessa forma ele lê”, afirma Fialho.
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