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A fundação por trás do Sana

por Ana Flávia Sanção
. Foto: Bianca Amarante/Divulgação
Por trás de todo evento, existe uma organização que faz com que ele aconteça e com o Sana, não seria diferente. Criada entre 2005 e 2006, a Fundação Cultural Nipônica Brasileira (FCNB) é uma instituição privada sem fins lucrativos que apoia e promove eventos e projetos que envolvem cultura pop, geek e nerd dentro do Ceará. 

A Fundação se originou a partir da ideia de tornar o Sana (Super Amostra Nacional de Animes) em uma entidade jurídica completamente legal e, assim, expandir o evento. Hoje, apesar do Sana ainda ser o produto com maior público, a FCNB também é engajada com outros projetos que levam o universo nerd à população do estado. 

Segundo Igor Lucena, presidente da FCNB, além de promover os eventos, a Fundação também tem como objetivo dar oportunidade de mercado às pessoas que trabalham com esse tipo de conteúdo. “Um dos motivos que nos torna mais importantes nesse ponto é que várias das atividades do Sana e de outros projetos são realizados por pessoas de fora da Fundação, que apresentam projetos e nós financiamos a realização desses projetos. A Fundação realiza e financia esses projetos, as necessidades desses grupos independentes que trabalham com essa cultura”. 

Para além do conteúdo regional, a produção da Fundação também envolve a promoção de intercâmbios culturais com convidados vindos de fora do país, além dos nacionais. Apesar da atuação ser diretamente no Ceará, as parcerias feitas facilitam o convênio com as atrações estrangeiras, que muitas vezes vêm para turnês de eventos, não somente ligados aos feitos pela FCNB. 

A responsabilidade social também entra nos projetos realizados pela organização; à parte dos eventos, o trabalho voluntário com instituições pública faz parte das ações da FCNB dentro do Ceará. Igor afirma que é o tipo de feito que “obviamente tem de existir” quando se refere a uma entidade sem fins lucrativos. “Nós analisamos que é um papel social prover a possibilidade de pessoas que não têm acesso a esse tipo de cultura de participar. Então, sempre, em todas as edições, a gente não só recebe pedidos dessas instituições, e atendemos, mas às vezes fazemos isso proativamente,” pontua. Só no Sana 2018, mais de 2000 alunos da rede pública foram convidados à participar da feira. 

Como receita e recursos, a FCNB tira o rendimento das atividades realizadas dentro dos eventos, como venda de ingressos, estandes, etc. Esse rendimento é redirecionado para dentro da fundação e realocado para a produção de novos eventos e assim por diante. Ao mesmo tempo, há o impacto no mercado consumidor do público geek-nerd. 

De acordo com Igor, o crescimento de cursos de línguas asiáticas como japonês e coreano e das lojas de produtos nerds aumentou gradativamente com a influência do Sana e dos outros eventos que a Fundação proporciona. Não só para empreendedores locais, mas também para os nacionais, que se deslocam todos os anos de suas cidades à Fortaleza para comercializarem. 

“Então quando você não vê um público consumidor fisicamente interessado, não há necessidade do mercado existir. Mas como acontece isso  as pessoas consomem aqui –, obviamente isso transborda para o resto da cidade ao longo do tempo,” ele explica.

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