Novidades

Homem-Formiga e a Vespa - Crítica

Por Léo Figueiredo 


Não é simples manter um universo que já dura 10 anos. Contudo, quando as coisas são bem planejadas e pequenas peças se unem para formar uma grandiosa paisagem, os fãs reconhecem o esforço e são capazes de seguir essa narrativa até o infinito e além. Essa é uma breve descrição que pode ser atribuída ao Universo Cinematográfico da Marvel que, mesmo com altos e baixos, após 3 Fases, chega ao seu vigésimo filme. 

Depois de destruir o coração do público com o final trágico de Vingadores: Guerra Infinita, a Casa das Ideias traz um alívio cômico para levantar o astral. E se há uma palavra certeira para definir Homem-Formiga e a Vespa, ela se chama comédia. Não de qualquer tipo; um enredo que envolve família, amigos e muita ação e aventura. Quase um clássico da Sessão da Tarde, o que por si já é o bastante para fazer o segundo filme de Scott Lang (Paul Rudd) ser melhor que o antecessor. 

Depois de ter sido preso em Capitão América: Guerra Civil, Scott faz um acordo com o governo para ficar em prisão domiciliar. Enquanto isso, Hank Pym (Michael Douglas) e Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) elaboram um projeto para resgatar do Reino Quântico Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), a Vespa original. E é com esse intuito que o trio Scott-Hank-Hope se reúnem. 

O mote do filme é simples: libertar a mãe de Hope. Todavia, desta vez o diretor Peyton Reed teve total comando sobre a produção e pôde imprimir a sua marca ao longa. Se no capítulo anterior a montagem superficial e apressada prejudicava o desenvolvimento e interação dos personagens, aqui temos um roteiro que os favorece de maneira satisfatória. Porque, tirando a ação, são os relacionamentos que dão camadas a Homem-Formiga e a Vespa, desde Scott com sua filha Cassie, ao jeito malandro e irreverente de Luis (Michael Peña - hilário), e inclusive em momentos de emoção envolvendo Hope e Hank. 


O quesito roteiro também aponta para a Vespa - o que era de se esperar - tendo em vista que ela também carrega o título do filme. A heroína é apresentada em uma belíssima cena de luta e, apesar de nitidamente ser mais bem treinada que Scott Lang, ambos, quando atuam juntos, se fundem em um. Peyton Reed também se empenha nos outros instantes de ação, uma vez que o enredo é frenético em criar situações de fuga e conflitos. A perseguição de carros nas ruas de São Francisco é maravilhosa, com direito a repetitivos encolhimentos. 

O problema da narrativa talvez se encontre no número de antagonistas. Fantasma, que pelo jeito não tinha força suficiente para ser a única vilã do filme, até que possui motivações plausíveis, mas sua jornada é ofuscada pelos outros obstáculos que surgem durante a exibição. O clímax é recheado de empecilhos justamente porque todos os personagens participam de alguma forma. E no fim resta a indagação: quem foi o verdadeiro vilão da história?


Homem-Formiga e a Vespa é divertido e leve. Porém, os fãs não devem se enganar; a Marvel sabe planejar e esse filme traz conceitos interessantes para o universo. Embora o Reino Quântico apareça por poucos minutos, ele poderá ser uma ferramenta de grande importância para o futuro (A primeira cena nos créditos finais… Que cena!). Assim, em seu vigésimo filme, a Marvel continua juntando suas pequenas peças e fica claro que Homem-Formiga terá uma fundamental função nessa trajetória. E, depois desta eletrizante e recente aventura, será formidável ver esse elenco de volta à ação. 

Nenhum comentário