7 bandas e cantores potiguares para escutar nas férias
Começo de mais um ano é sinônimo de tempo livre: janeiro pode ser o melhor mês para sair da zona de conforto e conhecer novos sons
*Por Guilherme Arnaud e Marcelha Pereira
Em novembro do ano passado, o Caderneta Nerd falou sobre o futuro do cenário musical independente da cidade de Natal e, para aumentar ainda mais a visibilidade da cena, hoje estamos aqui para indicar sete bandas e artistas do nosso estado para você escutar durante esse mês de janeiro. Então coloca o seu fone e se prepare para os próximos 28 minutos de pura música potiguar!
1- ARDU
Membros da ARDU: Isabel Oliveira, João Victor Lima e Victor Romero |
A banda ARDU lançou seu álbum de estreia SOLTO (Guia da Cidade Invisível) em outubro de 2018. É uma produção que faz crítica às desigualdades sociais presentes na cidade e traz misturas de sons. Algumas músicas possuem um som mais instrumental que lembram Lo-fi, o que acaba agradando por trazer um balanço e ligação entre as faixas. O destaque vem para Carnaval que tem melodia cativante e letra fácil de grudar na cabeça, um bom jeito de começar um dia ensolarado:
“Vocês ainda não viram nada da nossa batucada de alegria e dor / Vocês não perdem por esperar nosso bloco vai passar da rua da fome pro seu corredor”
2- Aresia
Membros da Aresia: João Emanuel , Davy Fonseca, Anny Karoline e Álvaro Cruz |
Aresia está presente em Natal desde 2016 e tem um único Extended Play lançado em janeiro do ano passado: Aresia ao Vivaço. O nome é fácil de gravar e EP bom de escutar, porém o único defeito é que acaba. São cinco faixas de um ritmo peculiar resultado do estilo que os próprios integrantes denominam de “Surf Rock Rural”. É a mistura do brega brasileiro, o Country e a Surf Music que faz a Aresia ser o que é. A faixa mais escutada no Spotify do grupo, Você Não Sabe, pode mostrar o porquê da batida deles conquistar logo nos primeiros segundos:
“Pegue todas essas coisas do passado e não esqueça de lembrar o que eu fiz de errado / Você não sabe o quanto me dói ter que fazer esse pedido / Você não sabe o quanto me dói ter que te ver assim”
3- Concílio de Trento
Membros da Concílio de Trento: Maria Fernanda Fagundes, Paulo Victor Gurgel, Thomas Atreio, Adailton Luiz e Erildo Vitor |
A música da Concílio de Trento não imprime a juventude dos integrantes. Nada mais justo. Afinal, desde o início da década eles vêm amadurecendo o Hardcore único que tocam. Em Mente Insana, de 2013, que contém a hitável Ônibus Mágico, o CdT tem velocidade, simplicidade e raiva de uma banda prodígio. No final de 2018, a banda lança Tomara que Não Chova e mostra linhas instrumentais mais complexas, letras mais reflexivas e uma produção de primeira. O Post-hardcore natalense está bem servido!
“Aprendi a viver depois de tantos erros / Com relatos do passado revivendo nos meus olhos / Não posso ser tão neutro quanto você / Tenho a vida pra zelar, caráter a declarar”
4- Joseph Little Drop
Membros da Joseph Little Drop: Victor Alexandre, Quel Soares, Filipe Marcus, João Pedro e Daniel Lucena |
Falando em velocidade de batidas e simplicidade melódica, temos que mostrar o irreverente e ácido “José Quedinha”. Com letras escritas como crônicas cheias de sarcasmo, o JxLxDx faz um excelente Punk Rock (leia-se Punk José) há alguns anos. Na mais recente obra, Clube Secreto do Corte de Cabelo, de 2018, eles mostram muito bem isso. Se estamos bem de hardcore, também não podemos reclamar de falta de sonoridade ou visual punk. Joseph Little Drop nos entrega tudo de forma excêntrica em Psychomotoqueiro:
“Correndo com a morte / À trezentos por hora, sem parar / Vou pular de uma ponte / Mas com a certeza de que vou voltar”
5- Luísa e Os Alquimistas
Membros da Luísa e Os Alquimistas: Luísa Nascim, Pedras Leão, Zé Caxangá e Gabriel Souto |
Luísa Nascim tem uma voz singular e Os Alquimistas uma sonoridade louvável. Com sintetizadores e instrumentos, a banda cria trilhas de eletropop que encaixam como quebra-cabeça nas letras tanto reflexivas e existenciais quanto debochadas. Todas muito bem cantadas, seja com vocal limpo ou distorcido. O mais recente lançamento é Vekanandra, de 2017, que soa como neon colorido. No entanto, os principais hits são de Cobra Coral, de 2016, como Camaleão:
“Tem que ter criatividade pra viver da arte / Sem desacreditar na sua identidade / Única / Tem que ter sangue frio pra saber / Quem te serve, te seca, te cega / Te suga”
6- Potyguara Bardo
Potyguara Bardo (arte) |
Se você está minimamente por dentro do conteúdo musical potiguar ou pelas rádios da cidade, já deve ter escutado Você Não Existe da Potyguara Bardo – ou pelo menos visto o nome dela por algum lugar. Com isso, é preciso dizer que o álbum Simulacre, lançado em 2018, segue o som “holístico” tão característico da cantora em seu primeiro single ao mesmo tempo em que viaja por outros lugares únicos. É por isso que em vez de indicar a tão conhecida Você Não Existe (se não escutou ainda, está esperando o quê?), nós trazemos Oasis:
“Pois eu sei por mim devo ter mais respeito / Já notei minha saúde vale mais que um beijo / Outro igual, desculpe não vai encontrar / No varal do deserto eu ainda estendo amor para dar”
7- Talude
Membros da Talude: Jônatas Barbalho, João Victor Lima, Felipe Beniz e Victor Romero |
E, por último, temos a banda Talude que traz um pouco de Shoegaze Psicodélico e Post-Rock, ainda pouco conhecidos até mesmo no resto do Brasil. Gêneros que derivam do rock alternativo e tem características mais instrumentais e experimentais. Uma curiosidade é que dois de seus integrantes participam também da ARDU: o Victor Romero e o João Victor Lima. Vale a pena escutar e terminar a nossa playlist com a sonoridade de Eyes Like Fire do primeiro álbum da banda Sorry The Trouble, de 2015:
“I got eyes like fire and my hands are cold / My skin is burning high but I feel so slow [...] (Eu vejo... luz!) / I see the light / I feel alive”
Caso se interesse, você também pode seguir nossa playlist no Spotify e escutar as músicas selecionadas por nós quando quiser!
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