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Linkin Park: Uma música múltipla e um legado único

Por Abner Moabe 




"Sem a música, a vida seria um erro."

É com a célebre frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche que eu inicio meus trabalhos aqui no Caderneta Nerd. Mas quem sou eu? Meu nome é Abner Moabe, tenho 23 anos, sou jornalista e fui convidado pelo Caderneta Nerd para colaborar com o projeto, falando da coisa que eu mais amo na vida: a música.

Essa estreia já vem sendo ensaiada há algum tempo, mas só agora o universo contribuiu para que ela acontecesse, mas por ironia do destino, ela ocorre um dia depois do mundo do rock sofrer uma de suas baixas mais violentas, principalmente para a geração do terceiro milênio. O anúncio da morte de Chester Bennington, vocalista da banda Linkin Park, pegou todos de surpresa. O choque foi tamanho que todos estavam na expectativa para que aparecesse alguém e dissesse que tudo não passou de um mal entendido. Infelizmente, esse alguém não apareceu.


Fiquei pensando no que escrever sobre o assunto. Ao contrário das pessoas da minha idade, o Linkin Park não foi uma banda que fez parte da minha vida. Sempre fui apegado ao rock dos anos 80 e tinha certa dificuldade em ouvir as bandas dos anos 2000. Sendo assim, o que escrever sobre o Linkin Park? Não queria falar sobre a morte de Chester Bennington nem dar uma de psicólogo e tentar entender o que se passou pela sua cabeça. Eu não sei fazer isso. Mas se o Linkin Park fez parte de uma época tão legal na vida das pessoas, por que não falar sobre isso?  Foi então que eu comecei a observar as pessoas ao meu redor e como elas reagiram a essa notícia. Essa seria a melhor forma para entender e sentir qual o real peso de Chester Bennington e o Linkin Park para a música mundial.

Chester Bennington em um show. Foto: página oficial do Linkin Park.
A primeira coisa me chamou a atenção foi uma frase que eu vi muitos postarem nas redes sociais: “Linkin Park foi a primeira banda de rock que eu ouvi!”. Só esse motivo já seria suficiente para justificar tamanha comoção. O Linkin Park surge num período em que o Metal e seus derivados tentava reconquistar o espaço perdido para o Grunge nos anos 90. Era preciso que uma nova banda liderasse esse movimento e fizesse com que a nova geração voltasse a ter paixão pelo som das guitarras distorcidas. Em questões de tempo e espaço, o Linkin Park estava no lugar certo e na hora certa.

Mas o metal é um nicho musical bem restrito. Como explicar uma comoção que extrapolou os limites do universo do rock? Simples, o Linkin Park sempre foi além. Sua mistura de Rock com Rap e batidas eletrônicas dialogava com um público muito maior e ao mesmo tempo, fazia brotar críticas dos mais puristas. Mas ser purista não estava nos planos deles. De fãs de Metallica a fãs de Lady Gaga, todos em algum momento da vida se viram batendo cabeça ao som de alguma música do Linkin Park.

Se formos pensar no legado que Chester Bennington e o Linkin Park deixam para a música mundial, podemos dizer que o maior deles foi terem rompido com o sectarismo ainda forte dentro do Rock e colocarem a música acima de qualquer rótulo comercial, procurando falar com o máximo de pessoas possível. Tendo plena consciência de que na maioria das vezes, infelizmente, a morte é consagradora, existe uma grande possibilidade do Linkin Park ser a primeira banda dos anos 2000 a entrar para o panteão dos grandes grupos do Rock mundial. Se isso realmente irá acontecer, só o tempo dirá, mas para quem cresceu ao som de suas músicas, o Linkin Park já é um dos grandes. Toda uma geração vai lembrar para sempre daquela banda da Califórnia e lhes agradecer por terem feito parte de suas vidas. 

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